Política

Covid-19: Bloco de Esquerda desafia Governo a passar dos anúncios à prática nas medidas de apoio

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 09-02-2021

O BE desafiou hoje o Governo a deixar os anúncios e “passar à prática” nas medidas de apoio devido à pandemia, sobretudo tendo em conta o prolongamento anunciado do confinamento, defendendo uma mudança “muito clara” na estratégia de testagem.

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Após a reunião desta manhã para analisar a situação epidemiológica em Portugal, que voltou a juntar especialistas e responsáveis políticos, o deputado do BE Moisés Ferreira falou aos jornalistas no parlamento, em Lisboa, considerando que o confinamento que vai continuar “é um dos caminhos que é necessário manter durante algum tempo” para baixar a pressão sobre o SNS e quebrar cadeias de transmissão.

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“O Governo tem de perceber, de uma vez por todas, que se não quer ser responsável pelo agravamento das desigualdades, da pobreza, do desemprego, tem de se deixar de anúncios [de medidas de apoio] e tem de passar à prática. Já vamos com quase um ano de pandemia e há medidas que nunca saíram do papel”, desafiou.

O repto para que as medidas de apoio cheguem finalmente à vida das pessoas foi uma das principais ideias transmitidas por Moisés Ferreira, “sabendo que durante mais algumas semanas o país terá de continuar a enfrentar este confinamento”.

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“A pandemia está a criar desemprego, pobreza e não ter medidas a sério, medidas concretas, medidas que sejam mesmo reais e não apenas anúncios por parte do Governo agrava as desigualdades, o desemprego, a pobreza”, avisou.

Outra das conclusões da reunião, na perspetiva do deputado do BE, é que o “país tem que mudar de uma forma muito clara aquela que é a sua estratégia de testagem”.

“Até agora tem testado consoante a identificação de um caso suspeito, mas nós precisamos de mudar isto, precisamos de testar mais, precisamos de testar muito mais pessoas por dia, com base populacional, de forma aleatória, de forma estatística e não podemos continuar com a mesma abordagem”, apontou.

Para isto, de acordo com Moisés Ferreira, “é preciso colocar no terreno não só mais capacidade, mas também agilizar o papel do Infarmed na avaliação de novos testes, novas tecnologias, como o teste de saliva”.

A urgência de acelerar a vacinação foi outro dos aspetos identificados pelo BE, explicando o deputado que o problema é que “no plano inicial estava previsto que até ao final do primeiro trimestre de 2021 seriam entregues a Portugal quatro milhões de vacinas” e neste momento, em meados de fevereiro, foram apenas entregues 500 mil.

“Várias farmacêuticas, que foram financiadas por dinheiro público para a investigação comprometeram-se com entregas que não estão a cumprir e com isso estamos a atrasar a vacinação”, criticou.

Para ultrapassar esta limitação, Moisés Ferreira insistiu numa proposta que o BE tem vindo a defender.

“É preciso que o Governo não só aqui, mas na União Europeia tome uma posição clara sobre este assunto. As vacinas foram financiadas por dinheiro público – tanto a sua investigação como a sua produção – as patentes devem ser públicas e, portanto, devem ser levantadas para que possa haver produção destas vacinas nos vários laboratórios a nível mundial”, reiterou.

Portugal deverá continuar com o nível de confinamento atual até meados de março, afirmou hoje a ministra da Saúde, Marta Temido, indicando que o país continua com uma “incidência extremamente elevada” de novos casos de contágio pelo novo coronavírus.

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