Dois meses depois do ato eleitoral, ainda não existe executivo formado.
O alerta partiu do Coordenador Autárquico Distrital do Partido Chega. Em nota assinada por João Pedro Portugal, é dito que aquilo que se passa na União das Freguesias de S. martinho do Bispo e Ribeira de Frades é mais que um impasse político: “é um retrato preocupante de desorganização, falta de responsabilidade institucional e desrespeito pelo funcionamento democrático dos órgãos autárquicos”.
“Por mais do que uma vez (esta quarta-feira, 17 de dezembro) tentou-se constituir o executivo, sem que tivesse havido qualquer entendimento. A sucessão de votações por lista — realizadas três vezes, com nomes diferentes — revelou um cenário caricato: apesar de o Partido Socialista surgir sempre em maioria, o resultado foi invariavelmente o mesmo, com oito votos nulos contra cinco votos do PS. Um sinal claro de bloqueio político e de incapacidade para gerar consensos mínimos que permitam governar a freguesia”, refere.
Perante este impasse, foi proposta a votação unipessoal, mas perante o protesto da maioria dos elementos presentes voltou-se à votação por lista. “A partir daí, o processo transformou-se numa autêntica palhaçada institucional, com três votações consecutivas em que, apesar da maioria formal, o PS saiu sempre derrotado pelo peso dos votos nulos”, diz.
Na nota, é ainda deixado o alerta para “o incumprimento sério das obrigações legais e administrativas” que decorre do facto de não terem sido realizadas atas do anterior executivo, bem como foram efetuadas “referências a discrepâncias em valores do anterior executivo, matéria que, segundo foi afirmado, será posteriormente apresentada ao órgão soberano, a Câmara Municipal de Coimbra”.
“Estes factos levantam dúvidas legítimas sobre a transparência e a gestão passada, exigindo esclarecimentos urgentes”, precisa o coordenador autárquico distrital.
Refira-se que, nas eleições de 12 de outubro, a coligação Avançar Coimbra liderada por Laura Fonseca venceu com 2.211 votos, mais 12 votos que a coligação Juntos Somos Coimbra de José Maria Barroca.
O movimento Unir Para Afirmar (UPA) de Vítor Duarte ficou em 3.º lugar com 1.554 votos, enquanto o Chega de Nuno Veloso obteve 678 votos. A distribuição de mandatos é a seguinte: 5 para Avançar Coimbra; 4 para Juntos Somos Coimbra; 3 para UPA e 1 para o Chega.
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