Coimbra

Congresso quer debater reinserção e futuro de vítimas queimadas nos incêndios de 2017

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 12-06-2018

 O XI Congresso Nacional de Queimados, que se realiza no fim de semana, assinala o incêndio ocorrido há um ano em Pedrógão Grande mas quer debater a reinserção e futuro das vítimas queimadas, anunciou a organização.

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“O nosso congresso é mais virado para o futuro do que para o passado, queremos olhar para a reinserção social das vítimas e para o tratamento e acompanhamento delas”, disse à agência Lusa o cirurgião Celso Cruzeiro, presidente da Associação Amigos dos Queimados (AAQ), promotora do evento.

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Adiantou que a escolha do local do congresso – intitulado “Renascer, Um Ano Depois” – num hotel da localidade de Pedrógão Pequeno, com vista para a zona de Pedrógão Grande, e a data – o fim de semana de 16 e 17 de junho – deriva “obviamente da passagem de um ano sobre o grande incêndio que assolou a região e a vontade de fazer uma homenagem às vítimas”.

O médico especialista em cirurgia plástica e reconstrutiva sublinhou o “trabalho enorme” que espera uma vítima queimada após sair do hospital: “Quando sai, está desamparado, tem de lidar com a família e amigos, que também não estão preparados, porque um doente queimado é um doente crónico, é um doente para toda a vida”, enfatizou Celso Cruzeiro.

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Para além da questão física de um paciente que sofreu queimaduras, o cirurgião frisa que a parte psicológica “fica definitivamente afetada” e deve obrigar a um acompanhamento da vítima.

“Os cirurgiões ficam contentes com o trabalho que fazem e que é motivo de orgulho, mas, muitas vezes, quando saem dos hospitais, é a partir daí que começa o problema. Muitas pessoas caem no deserto e precisam de muito apoio e é isso que queremos alertar com este congresso. E é precisamente esse o lema, renascer”, argumentou Celso Cruzeiro.

No sábado, primeiro dia do congresso, o programa inclui, às 10:30, a conferência “Algumas Lições dos Incêndios de 2017”, por Xavier Viegas, diretor do Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais e, uma hora depois, a mesa redonda “Prevenção das Queimaduras”, moderada por Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública.

Da parte da tarde, o programa inclui, entre outras iniciativas, a História do Tratamento de Queimados em Portugal, pelo próprio Celso Cruzeiro, e uma conferência intitulada “Para Além do Curar. A Intervenção Reparadora do Direito”, pelo ex-presidente do Tribunal Constitucional Joaquim Sousa Ribeiro, que fez parte do Conselho nomeado pelo Governo para estabelecer os critérios indemnizatórios aos familiares das vítimas mortais e feridos graves.

No domingo, a XI edição do Congresso Nacional de Queimados – iniciativa bienal que se realiza desde 1997 e que se constitui como uma “ponto de encontro de todos os profissionais e doentes ligados à temática” – promove um debate alargado, a partir das 10:00, com a presença de diversas personalidades, incluindo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, os ministros da Administração Interna, Eduardo Cabrita, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, e Adjunto, Pedro Siza Vieira, os bastonários da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, e o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, entre outros.

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