Justiça

Condutor acusado de atropelamento mortal diz que fugiu em pânico

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 25-05-2021

Um automobilista de 29 anos acusado de ter atropelado mortalmente há cinco anos um peão em Aveiro admitiu hoje em tribunal que fugiu do local sem prestar auxílio à vítima, porque ficou em pânico.

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Durante a primeira sessão do julgamento, que está a decorrer no Tribunal de Vagos, no distrito de Aveiro, o arguido começou por dizer que não se apercebeu que tinha batido numa pessoa, adiantando que o seu único pensamento, no momento, foi dirigir-se para casa.

“Só quando cheguei a casa vi o estado do carro e percebi que tinha apanhado alguém”, disse o arguido, que está acusado de um crime de homicídio por negligência e outro de omissão de auxílio.

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Contudo, após muita insistência da juíza e depois de ter falado à parte com o seu advogado, acabou por admitir que teve a perceção que tinha batido numa pessoa e entrou em “pânico”, adiantando que não reagiu da melhor forma.

Questionada pela juíza, o arguido contou que antes do acidente tinha estado num café, em Aveiro, a conviver com amigos, tendo bebido cerca de 10 cervejas.

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No entanto, rejeitou que estivesse embriagado, afirmando que se sentia “capacitado” para conduzir, mas não foi capaz de dar outra explicação para não ter visto o peão a atravessar a passadeira.

“É preocupante que o senhor a esta distância não se tenha apercebido que estava embriagado”, constatou a juíza, lembrando que o arguido acusou uma taxa de pelo menos 1,54 gramas por litro de álcool no sangue.

O acidente ocorreu no dia 26 de agosto de 2016, pelas 22:40, quando o arguido conduzia um automóvel na estrada principal de São Bernardo, em Aveiro.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a vítima estava a atravessar uma passadeira, quando foi colhida pela viatura do arguido, que “não reduziu a velocidade, nem fez qualquer travagem”.

Com o embate, a vítima foi projetada contra o para-brisas e o tejadilho da viatura e caiu no solo 27 metros depois da passadeira, tendo o arguido prosseguido a marcha e fugido do local.

O MP diz que o arguido circulava “desatento, com total falta de perceção do seu campo visual, designadamente de visualização do peão a atravessar a passadeira”.

Menos de uma hora depois do acidente o arguido foi abordado por agentes da PSP na sua residência, tendo sido identificado e efetuada inspeção ao seu veículo.

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