O concessionário que venceu o concurso para a construção do Centro Desportivo Integrado de Celas, em Coimbra, prevê avançar com as obras entre setembro e novembro, quer na antiga piscina, quer no Campo da Arregaça, a contrapartida do concurso.
“Estamos a reunir as informações necessárias e prevemos avançar, entre setembro e novembro, com as empreitadas dos dois projetos”, disse à agência Lusa a diretora executiva da Bom Pulso, empresa que detém os ginásios Phive (dois situados em Coimbra), que venceu em 2020 o concurso para a construção e exploração do Centro Desportivo Integrado de Celas, que inclui a antiga piscina municipal.
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A Piscina Municipal de Celas está fechada desde janeiro de 2019, tendo o anterior executivo, liderado pelo PS, optado por avançar em 2020 com um concurso para reabilitação e exploração daquela piscina, integrada num centro que aproveita um terreno municipal contíguo à infraestrutura já existente.
O concurso, que mereceu a contestação da oposição (que agora lidera o executivo), prevê como contrapartida pela concessão por 40 anos que a empresa assegure a reabilitação dos equipamentos de apoio do Campo da Arregaça, usado pelo clube União de Coimbra.
Segundo Alexandra Góis, as licenças de construção foram emitidas no início do ano, mas a empresa não avançou logo com a empreitada por discordar do pagamento de taxas de construção para os dois projetos, que totalizam cerca de 300 mil euros.
“Não faz sentido existir taxa de construção, porque continuam a ser espaços do domínio público”, disse, referindo que a Bom Pulso contestou a aplicação das taxas, que já mereceu resposta por parte do município, sendo uma questão que terá de ser resolvida em tribunal.
Face a esse diferendo, a empresa irá “fazer uma garantia desse valor e avançar com os projetos”, explicou.
Com um prazo de execução de 18 meses, espera-se que o Centro Desportivo Integrado de Celas e as obras de requalificação do Campo da Arregaça estejam prontas no início de 2027, acrescentou.
Na última reunião do executivo, liderado pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/NC/PPM/V/R/A), a vereadora com o pelouro do urbanismo, Ana Bastos, disse que os projetos estavam “devidamente licenciados há mais de seis meses”, referindo que a obra só não avança por vontade do concessionário, dando nota de que ainda não teriam sido pagas as taxas urbanísticas.
Em 2024, Alexandra Góis dizia que esperava avançar com as obras ainda naquele ano, afirmando, na altura, que o futuro centro de Celas seria um espaço com “uma área de ginásio de mil metros quadrados, uma piscina de 25 metros – a que será reabilitada -, uma piscina exterior, campos de padel, parede de escalada, salas para aulas de grupo, fisioterapia, uma clínica e área de spa”.
De acordo com as declarações da altura, a empresa previa manter o ginásio que já detém na zona de Celas quando o Centro Desportivo estiver operacional, admitindo que, com a nova instalação, poderá mudar “o posicionamento” da unidade atual.
Em 2023, a questão das taxas urbanísticas também foi criticada noutro projeto definido pelo anterior executivo de concessão a privados de terrenos públicos municipais, naquele caso para um centro de ginástica e ginásio, na zona do Vale das Flores.
Em 2023, a vereadora do PS Regina Bento defendeu a isenção de taxas urbanísticas para aquele projeto, mas um parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) dava razão ao município, que mantinha a decisão de pagamento das taxas associadas à operação.
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