Composição inédita de António Fragoso é estreada hoje na Figueira da Foz

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 21-10-2017

A programação evocativa do centenário da morte do compositor António Fragoso abre hoje, no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz, com um concerto que também homenageia o maestro e violoncelista David de Souza (1880-1918).

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Neste concerto é estreado o inédito de Fragoso, o noturno “La ville d’automnne”, para orquestra de cordas e harpa, assim como a obra “Monumento 21 – Quadros Sinfónicos Fragosianos”, para piano e orquestra, encomendada pela Associação António Fragoso (AAF) a Rui Paulo Teixeira. A interpretação é da Orquestra Atlântico, dirigida por Artur Pinho Maria, com o pianista Manuel Araújo, como solista.

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O programa do concerto inclui ainda Noturno em ré bemol maior, Noturno em si bemol menor e “Petite Suite”, de António Fragoso, com arranjos para orquestra de Vasco Mendonça e Edward Luiz d’Abreu, respetivamente, e “Aguarela”, de David de Souza.

A programação da AAF para o centenário de António Fragoso envolve 90 atividades, entre as quais 70 concertos, a realizar em Portugal e no estrangeiro, a edição em disco da integral da obra do compositor para piano, conjuntos de câmara e para orquestra, estando garantida ainda a revisão da sua obra ao nível da notação, pelo maestro Evaristo Neto, e, na sua globalidade, pelo também compositor e musicólogo Alexandre Delgado.

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António Fragoso (1897-1918) morreu em 1918, aos 21 anos, vítima da pneumónica, depois de concluídos os estudos no Conservatório Nacional, em Lisboa, sob a orientação de Luís de Freitas Branco e Marcos Garin.

A assimilação da expressão impressionista da época, patente na sua obra, quando ainda era rara no panorama português, e a morte prematura levaram especialistas a estabelecer um paralelismo entre o compositor, na música, e Amadeo de Sousa Cardoso, na pintura.

Em declarações à agência Lusa, Alexandre Delgado salientou que a obra de António Fragoso “é muito refrescante”, no contaxto da época, tanto mais que “o impressionismo chegou muito tarde” a Portugal.

A obra de António Fragoso, iniciada aos 16 anos, com “Toadas da Minha Aldeia”, compreende maioritariamente música para piano (Prelúdios, Mazurkas, a “Petite Suite” e o Nocturno em ré bemol maior), para formações de câmara (“Suite Romantique”, para violino e piano, “Canções do Sol Poente” e “Poèmes Saturniens”, para canto e piano) e peças para orquestra (Noturno e o inédito “La ville d’automnne”).

Para o ano do centenário, Eduardo Fragoso, responsável da AAF, disse à agência Lusa que será realizada uma “análise e transcrição do espólio literário inédito” de Fragoso, pela investigadora Barbara Anielo, da Universidade de Coimbra, que também irá publicar uma nova biografia do compositor, “à luz de recentes descobertas”, estando igualmente prevista a publicação de “Correspondência e Cartas a Maria”.

Segundo o responsável da AAF, será também feita uma edição especial da “Obra Completa de António Fragoso”, prefaciada pelo musicólogo Rui Vieira Nery, com o pianista Aquiles Delle Vigne.

A obra musical de Fragoso está disponível, desde este mês, no endereço www.antoniofragoso.com.

 

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