Mesmo que seja daqueles que bate na cama e dorme como uma pedra até à manhã seguinte, o corpo e a mente permanecem ativos durante o sono.
Não só sonhamos, como também roncamos, falamos, rimos, gritamos, nos mexemos e até nos espreguiçamos — e, por vezes, batemos ou damos pontapés.
Mas, se se pergunta o motivo para não cairmos da cama, a resposta está na propriocepção, uma espécie de “sexto sentido” que nos mantém conscientes da posição do corpo no espaço, mesmo adormecidos.
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Segundo Russell Foster, professor da Universidade de Oxford, “pensamos que quando dormimos estamos completamente desligados do que nos rodeia, mas não: se alguém gritar perto de nós, acordamos. Os nossos corpos continuam a recolher informações através dos receptores.
A propriocepção permite-nos perceber a posição de cada parte do corpo, mesmo sem a vermos. Este sentido é activado por sinais enviados ao cérebro a partir dos músculos, tendões, articulações e pele, informando sobre alongamento, flexão e rotação das articulações.
Graças a este sistema, podemos mover-nos livremente durante a noite sem ultrapassar os limites da cama. “É um componente-chave do nosso ‘sistema de posicionamento global’, essencial no dia a dia para saber onde estamos e para onde nos movemos”, explicam quatro académicos num artigo publicado no The Conversation.
O chamado “sexto sentido” ajuda a manter o equilíbrio e evita acidentes, funcionando mesmo quando outros sistemas, como o vestibular (ouvido interno), estão inactivos durante o sono. É também o motivo pelo qual, independentemente do tamanho da cama — de uma pequena cama de campismo a uma cama super king — acordamos geralmente no mesmo lugar onde adormecemos.
Em resumo, enquanto dormimos, a mente descansa, mas o corpo continua alerta, guiado por este impressionante sentido que nos protege e nos mantém seguros na cama.
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