Saúde

É prejudicial comer uma torrada queimada?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 11 meses atrás em 29-05-2023

É muito provável que tenhamos, sem nos apercebemos, alguns hábitos alimentares que não são os mais corretos. Cientistas da Universidade de Estocolmo, na Suécia, descobriram que é aconselhável raspar os pedaços queimados da torrada.

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Descobriram que a substância acrilamida forma-se quando aquecemos certos alimentos – incluindo batatas, pão, biscoitos, cereais e café – a mais de 120°C e o açúcar dos alimentos reage com o aminoácido asparagina. Este processo é conhecido como a reação de Maillard, que faz com que o alimento adquira a coloração mais escura e gere aquele sabor característico de queimado.

A acrilamida pode aumentar o risco de cancro em seres humanos, especialmente em crianças, segundo a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, contudo ainda não há uma conclusão definitiva.

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O que os cientistas sabem ao certo é que a acrilamida é neurotóxica para os seres humanos, o que significa que pode afetar o sistema nervoso. A causa exata ainda não é totalmente compreendida, mas uma das teorias é que a acrilamida ataca proteínas estruturais nas células nervosas e pode inibir sistemas anti-inflamatórios que protegem as células nervosas contra lesões, pode ler-se na notícia da BBC.

O estudo mais recente foi realizado nos Estados Unidos e as conclusões, publicadas em 2012, indicam um aumento do risco de cancro nos ovários entre mulheres na pós-menopausa não fumadoras que consumiram altas quantidades de acrilamida. 

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Um estudo de 2022, que reúne dados de uma década, demonstra uma relação entre a ingestão de acrilamida e mortes por cancro, mas não conseguiu concluir quais os tipos da doença.

A professora de ciências médicas de laboratório da Universidade Árabe de Beirute, no Líbano, Fatima Saleh afirma que também existem formas de reduzir o teor de acrilamida em casa, durante a preparação dos alimentos. Por exemplo, mergulhar batatas cortadas em água quente por 10 minutos antes de fritá-las pode reduzir a formação de acrilamida em quase 90%.

Federica Laguzzi, professora de epidemiologia nutricional e cardiovascular do Instituto de Medicina Ambiental do Instituto Karolinska, na Suécia destaca que o interesse científico pelos riscos da acrilamida à saúde cresceu novamente nos últimos anos. Afirma que será um processo longo, mas espera que, em alguns anos, a eventual relação entre a ingestão de acrilamida e o risco de cancro fique mais clara.

Até lá, aquele hábito de raspar os pedaços queimados da sua torrada pode não ser uma ideia assim tão má.

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