Primeira Página
Comer saudável só às vezes não vale: O intestino “lembra-se” do fast food

Imagem: Pexels
Uma dieta baseada em frutas, legumes e fibras só tem um impacto positivo na saúde se for seguida regularmente, de acordo com um estudo realizado na Suíça noticiado na terça-feira pela EFE.
“O consumo irregular de alimentos saudáveis anula, na verdade, muitos dos seus benefícios para a microbiota intestinal”, disse o chefe de laboratório de epidemiologia (estudo de doenças) digital do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Lausanne (sigla em inglês, EPFL), Marcel Salathé.
Os investigadores do EPFL, que realizaram o estudo, descobriram que uma dieta em que o valor nutricional dos alimentos varia muito, alternando entre alimentos saudáveis e `fast food´, alimentos açucarados ou ricos em sal, pode desequilibrar a microbiota intestinal (microrganismos que estão no intestino).
PUBLICIDADE
A pesquisa utilizou inteligência artificial para registar detalhadamente os hábitos alimentares de 1.000 participantes, analisando fotos de alimentos e códigos de barras de produtos.
A recolha de dados em larga escala permitiu determinar que a regularidade com que os alimentos saudáveis são consumidos é tão ou mais importante do que a quantidade.
“Isto é um verdadeiro incentivo para que estudos futuros analisem não só o que as pessoas comem, mas também os seus padrões alimentares ao longo do tempo”, indicou Marcel Salathé.
Os investigadores descobriram ainda que a dieta de uma pessoa pode ser prevista, com 85% de precisão, pela análise da sua microbiota através das fezes.
A previsão também funciona de forma inversa para determinar a composição dos microrganismos no intestino.
Os autores do estudo admitiram ainda que a sociedade sempre soube da importância de comer bem regularmente, como mostram as campanhas que incentivam o consumo de cinco frutas e legumes por dia.
Os investigadores destacaram também que a sensibilização para uma alimentação saudável ainda não se traduz em hábitos concretos, permanecendo apenas como uma intenção, na sociedade.
O estudo, publicado na revista científica Nature Communications, foi conduzido pelo Laboratório de Epidemiologia Digital da EPFL, em colaboração com a Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos.
PUBLICIDADE