O atual presidente de Câmara, José Manuel Silva, encabeça o Juntos Somos Coimbra, que vai contar com o movimento Somos Coimbra e o PSD, enquanto mais à esquerda, uma outra coligação, com o PS, aparece liderada por Ana Abrunhosa.
Para a recandidatura, o autarca conta ainda com CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Volt e MPT, que já integraram a coligação em 2021, aos quais também se junta agora a IL (o RIR decidiu sair do projeto), de acordo com a lista do conselho nacional do CDS a que a Lusa teve acesso.
José Manuel Silva deverá defender o cumprimento do programa que apresentou em 2021 e que perspetiva medidas para oito anos, esperando-se que assuma como bandeiras a atração de empresas e a revitalização da Baixa de Coimbra, temas que têm sido centrais no atual mandato.
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A antiga ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa vai encabeçar a coligação liderada pelo PS, intitulada Avançar Coimbra, que junta o Livre, movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) e PAN.
A também antiga presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) ambiciona reconquistar a Câmara para o PS – depois de o partido ter falhado a reeleição de Manuel Machado em 2021 – com um programa que deverá ter um foco na atração de empresas, habitação pública a custos acessíveis e melhorias nos transportes públicos.
A CDU, que tem perdido votos nas últimas duas décadas, volta a recandidatar Francisco Queirós, vereador eleito pela coligação que junta PCP e “Os Verdes” desde 2009, tendo assumido pelouros em executivos liderados por partidos diferentes.
O professor de ensino secundário, que assumiu neste mandato os pelouros de espaços verdes, bibliotecas e arquivos, e serviço médico-veterinário, pretende focar a sua campanha na defesa do serviço público, do transporte coletivo e numa política cultural que envolva os agentes da cidade.
O Bloco de Esquerda, que apoiou o CpC nas últimas três eleições autárquicas, considerou que o movimento esgotou-se enquanto força política (não elegeu vereador em 2017 e 2021) e, recusando integrar a lista liderada pelo PS, apresentou-se com o antigo deputado José Manuel Pureza.
Assumindo uma candidatura contra o “rotativismo ao centro”, o professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra pretende uma campanha que tire Coimbra de uma situação “de descaracterização e de perda de identidade”, tendo já assumido como prioridade uma rede de transportes públicos gratuitos.
Já o Chega, que nas últimas autárquicas elegeu um deputado municipal (e que entretanto se desvinculou do partido), apresenta uma lista encabeçada pela assistente social da Universidade de Coimbra Maria Lencastre Portugal, militante daquele partido desde 2023, depois de ter estado no CDS-PP desde os 18 anos.
Após ter tido mais de 11 mil votos nas legislativas, o Chega espera que os resultados se possam transpor para as autárquicas, numa candidatura crítica do executivo e que pretende propor habitação a custos reduzidos, melhorias na limpeza e gestão de resíduos, e tocar em temas como a alta velocidade ou o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM).
A coligação Juntos Somos Coimbra tem maioria absoluta na Câmara Municipal, onde conquistou seis dos 11 lugares, com o PS com quatro vereadores e a CDU um.
Apesar de liderar o executivo, a coligação Juntos Somos Coimbra não tem a presidência da Assembleia Municipal, que é dos socialistas.
Nas últimas autárquicas, o PS ficou à frente em várias das freguesias rurais e periurbanas (tem mais presidentes de junta eleitos), mas sofreu uma grande derrota nas freguesias mais populosas e urbanas.
Nestas eleições, em 12 de outubro, Coimbra ainda não verá o SMM concluído, depois de as suas obras terem congestionado o trânsito na cidade ao longo de quase todo o mandato.
Coimbra, com uma área de 319 quilómetros quadrados, tem uma população de 144.822 habitantes e assume-se como uma cidade centrada nos serviços, com o maior hospital do país e a universidade mais antiga.
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