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Cólera volta a matar em Moçambique
As autoridades sanitárias moçambicanas registaram mais de 400 novos casos de cólera no norte do país nos últimos três dias de fevereiro e o segundo óbito este mês, indicam dados oficiais a que a Lusa teve hoje acesso.
De acordo com o mais recente boletim sobre a progressão da doença, elaborado pela Direção Nacional de Saúde Pública e com dados até 28 de fevereiro, estava contabilizado no país um acumulado de 12.762 casos de cólera desde 01 de outubro.
No boletim anterior, com dados até 25 de fevereiro, o acumulado era de 12.396 casos de cólera, que provocaram até então 27 mortos.
Desde o início de janeiro que não se registavam oficialmente óbitos por cólera em Moçambique, mas no período de 29 a 31 de janeiro foi contabilizada a 26.º vítima mortal do atual surto, neste caso na província de Tete. Somou-se em meados de fevereiro outra vítima mortal, na província de Sofala, a 27.ª morte e a primeira registada pelas autoridades em fevereiro. A mesma província de Sofala registou nos últimos três dias um novo óbito por cólera, também o segundo do mês em todo o país.
A taxa de letalidade da doença em Moçambique mantém-se atualmente em 0,2%, mas em pouco mais de uma semana o total de doentes internados no país subiu para cem, segundo os mesmos dados.
A província mais afetada pela atual vaga deste surto de cólera é Nampula (norte), com um acumulado de 4.073 casos e 12 óbitos, seguida de Tete (noroeste), com 2.500 casos e sete óbitos.
As autoridades sanitárias moçambicanas vacinaram recentemente contra a cólera, em cinco dias, mais de 2,2 milhões de pessoas nos distritos mais afetados pelo atual surto, correspondendo a uma cobertura praticamente total face ao programado.
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Em declarações anteriores à Lusa, o chefe do Programa Alargado de Vacinação do Ministério da Saúde, Leonildo Nhampossa, avançou que foram vacinadas contra a cólera, em quatro províncias, entre 08 e 12 de janeiro, um total de 2.268.548 pessoas, com mais de 1 ano de idade.
O grupo-alvo desta operação de vacinação era de 2.271.136 pessoas, correspondente à população que vive nas áreas mais vulneráveis e de foco para o atual surto, referiu anteriormente o Ministério da Saúde.
De acordo com a informação da Direção Nacional de Saúde Pública, a campanha destinou-se à população com idade igual ou superior a um ano e foi realizada nos distritos de Chiúre e Montepuez (província de Cabo Delgado), Gilé, Gurué e Mocuba (Zambézia), Mágoe, Moatize e Zumbo (Tete) e Maringue (Sofala).
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