Coimbra

Colégio em Coimbra à venda por preço milionário

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 hora atrás em 02-12-2025

 O Colégio de São Boaventura, datado do século XVI e que integra o conjunto de Coimbra classificado como Património da Humanidade, está à venda por particulares, mas município admite que será difícil avançar com a sua compra.

O colégio, situado na Rua da Sofia, começou a ser construído em 1543 e viria a encerrar no século XIX, com o fim das ordens religiosas, tendo tido diversas ocupações desde então, como uma serralharia, ou, no século XX, no rés-do-chão, o supermercado Reis & Simões que fechou no final dos anos 1990 e cujos herdeiros avançaram há uns anos com a decisão da venda do imóvel, que se encontra desocupado (um dos últimos inquilinos a sair foi o PCP, que tinha lá o seu Centro de Trabalho).

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O imóvel está à venda por 1,75 milhões de euros, a que se juntam outras duas frações (que incluem a antiga nave da igreja do colégio), que são detidas por outros dois proprietários e que estão à venda por 750 mil euros, disse à agência Lusa o agente imobiliário Miguel Cunha.

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O colégio esteve perto de ser vendido em 2024, mas o negócio acabou por não se concretizar, acrescentou, referindo que o imóvel já está fechado “há muito tempo”.

No verão deste ano, a responsável do plano de gestão do bem classificado em Coimbra como Património Mundial, Luísa Trindade, alertou para o estado de abandono do património na Rua da Sofia, tendo defendido, na altura da apresentação daquele documento estratégico, a compra de pelo menos dois imóveis na Rua da Sofia, onde grande parte dos colégios é de propriedade privada.

Segundo João Amaro, um dos herdeiros, os seus bisavós, com vários investimentos na região, compraram o Colégio de São Boaventura por volta de 1920, onde além do supermercado, chegou a funcionar uma pensão residencial e escritórios.

De acordo com o próprio, o município nunca manifestou interesse na compra do edifício, admitindo alguma admiração por nunca ter havido vontade de entidades públicas na sua aquisição.

Questionada pela agência Lusa, fonte oficial da Câmara de Coimbra, em resposta escrita, salientou que aquele colégio “reveste-se de grande importância e singularidade” e que a autarquia está “muito atenta e empenhada em contribuir para a requalificação da Rua da Sofia”, independentemente da titularidade dos seus colégios.

“Idealmente, este seria um excelente espaço para aquisição por parte do município, pela dimensão, posicionamento central e qualidade formal do mesmo”, disse a mesma fonte, admitindo, porém, que “o estado das finanças do município compromete, ainda, a tomada de decisões desta natureza”.

Nesse sentido, a autarquia considera que será muito difícil avançar com uma compra daquela natureza, recordando que, além da aquisição, o imóvel carece de “uma intervenção de reabilitação profunda”.

Apesar disso, a Câmara de Coimbra disse que existe a vontade de explorar a possibilidade de comprar, ainda neste mandato, algum dos colégios detidos por privados na Rua da Sofia, apontando para a bienal Manifesta, em 2028, como mais um dos motivos para inverter a tendência de imóveis fechados e abandonados naquela zona.

O Câmara afirmou ainda à Lusa que irá apresentar em breve uma estratégia de intervenção para a Rua da Sofia, com a definição de “uma política de requalificação global deste conjunto urbano, articulando a intervenção no espaço público e o fomento de políticas de apoio à reabilitação e recuperação dos imóveis” daquela artéria.

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