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Coimbra “vira” capital da lusofonia com Festival MATE

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 meses atrás em 24-07-2025

A terceira edição do festival MATE, que se realiza em Coimbra entre 23 e 26 de outubro, vai manter a aposta na lusofonia e no eixo ibero-americano, num evento com 30 projetos selecionados de dez países.

O festival, que volta a realizar-se no Convento São Francisco, propõe juntar em Coimbra artistas, curadores, diretores e programadores de vários pontos do mundo, contando com projetos convidados, assim como 30 selecionados de mais de 300 candidaturas feitas, num evento que junta música, arte, tecnologia e educação, foi hoje anunciado, em conferência de imprensa.

Segundo o diretor do festival, Eron Quintiliano, o MATE terá uma aposta na lusofonia e no eixo ibero-americano, procurando lutar contra “o sufoco” da língua e culturas anglo-saxónicas, com os falantes do português e do castelhano a terem “muito a apresentar e a levar ao mundo”.

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Com um foco na programação na área da música, estarão incluídos 30 projetos de dez países diferentes selecionados através de uma fase de candidaturas, entre os quais o Panamá, Colômbia, Moçambique ou Brasil, com propostas que vão desde pequenos concertos de apresentação, a performances, instalações, publicações e intervenções urbanas, explicou a organização.

Entre os artistas convidados, estarão a violinista Helena Silva, o rapper Nerve, o grupo brasileiro Suraras de Tapajós, ou a baixista britânica Marla Kether.

Segundo Eron Quintiliano, este ano o festival terá um dia dedicado à apresentação de projetos pedagógicos e de escolas artísticas de Coimbra, um encontro de Cidades Criativas da Música da UNESCO e um dia que terá como destaque o jazz e a música improvisada, em parceria com o Jazz ao Centro Clube (JACC).

Formações para artistas e agentes culturais, um concurso de vídeos musicais e um painel que debate o impacto da inteligência artificial na indústria são outras das propostas deste festival.

“Temos conseguido posicionar-nos não apenas em Portugal como na Europa como encontro internacional”, notou Eron Quintiliano, referindo que esse caminho tem vindo a ser construído e terá de ser consolidado nas edições futuras.

Além do festival, o próprio Convento São Francisco irá apresentar programação convergente com o MATE, com um espetáculo de celebração dos 25 anos da Marionet e outro da Companhia de Dança Contemporânea de Angola.

Para o diretor do JACC, José Miguel Pereira, “o que é singular” no MATE é agregar e permitir que convivam diferentes paradigmas, seja a democracia cultural, a arte que é válida por si própria ou a ideia da economia criativa e das indústrias culturais.

O dia dedicado ao jazz irá permitir mostrar o papel que Coimbra tem assumido cada vez mais neste género musical e mostrar “essa ideia de energia, de que Coimbra é criadora, produtora e que lança para fora”, salientou.

Já o presidente da Câmara Municipal, José Manuel Silva, sublinhou que o município continuará a apoiar o festival, considerando que, para um crescimento continuado do concelho, “Coimbra e cultura têm de crescer de mãos dadas”.

“Nem poderíamos imaginar Coimbra de outra maneira, num crescimento feito de forma democrática e participada, com todas as associações e agentes culturais”, vincou o autarca.

Questionado sobre uma possível candidatura de Coimbra a Cidade Criativa da Música, Eron Quintiliano considerou que o concelho tem “todas as condições” para almejar esse reconhecimento.

Já José Manuel Silva afirmou que o município tem vido a “preparar as condições estruturais para que Coimbra possa candidatar-se, no futuro, com êxito, a Cidade Criativa da Música”, recordando que candidaturas passadas, como a Capital Europeia da Cultura, falharam “por problemas estruturais”.

“Está no nosso horizonte. Estamos em crer que, com o trabalho de base já feito, no próximo mandato poderemos apresentar uma candidatura desse tipo”, disse.

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