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Coimbra vai poder refletir sobre a ligação entre teatro e práticas documentais

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 meses atrás em 16-05-2025

Imagem: DR

 O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, promove uma reflexão em torno da investigação em arquivo e da pesquisa documental associadas à prática artística, num colóquio na terça-feira.

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Intitulado “Teatro e Práticas Documentais”, o colóquio contará com a presença de dramaturgos, encenadores, investigadores e artistas, e resulta da própria programação de palco do Teatro para 2025 e 2026, que tem propostas artísticas neste sentido, revelou hoje o diretor do TAGV, Sílvio Correia Santos, em declarações à agência Lusa.

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O interesse em promover a iniciativa surgiu do facto de o Teatro, ao longo do ano, receber “alguns dos principais, senão os principais artistas, que têm feito este tipo de trabalho em Portugal”.

“Pareceu-nos que podia ser muito interessante trazer estas pessoas que vão estar no palco [do TAGV] e colocar um foco nestas metodologias, nestas práticas de teatro documental, ou neste trabalho que é feito em arquivo, e depois poder passar a experiência de quem tem trabalhado com isto”, explicou.

A atividade contará com a presença de André Amálio (Hotel Europa), Catarina Saraiva (Linha de Fuga), Joana Craveiro (Teatro do Vestido), Joana Ferrajão (Visões Úteis) e Ricardo Correia (encenador).

Segundo Sílvio Correia Santos, alguns dos artistas que estarão no colóquio têm feito um trabalho voltado para o teatro documental, realizado a partir de entrevistas, fotografias ou de cartas.

“O teatro documental assume essa militância, assume esse gesto político”, sublinhou.

O Teatro do Vestido, que estará presente no TAGV no fim do ano, ou Ricardo Correia, que vai apresentar no Teatro Académico de Gil Vicente, no sábado, “Cartas da Guerra (61-74)”, são alguns dos exemplos desta modalidade.

Há ainda outra linha, associada ao arquivo teatral, que serve igualmente para chamar a atenção para a importância da preservação de espaços que contenham esses dados, tratando-se da “memória da atividade artística, do registo do trabalho cénico”.

O trabalho que Joana Ferrajão apresenta é um dos exemplos: entrou no arquivo do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC) e resgatou os materiais que depois vieram a dar corpo à reencenação de um espetáculo, que inicialmente tinha sido trabalhado em 1969.

“Teatro e Práticas Documentais” é uma atividade gratuita, com início as 14:30, destinada a todos os interessados pelo tema.

“No domínio do teatro documental, estamos perante um tipo de trabalho que as pessoas têm curiosidade em perceber como funciona, porque na prática é o recorrer a uma série de recursos, sejam elas entrevistas, documentos ou cartas, para ajudar a compreender o contexto em que vivemos”, apontou o diretor do TAGV.

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