Economia
Coimbra sai à rua pelo direito à habitação e pelo aumento do custo de vida

As Repúblicas de Estudantes fazem parte da cultura da “cidade universitária”, mas apesar de reconhecidas como património imaterial de interesse municipal e património da humanidade têm sido alvo de nítida negligência, como faz notar o movimento Porta Adentro, assinalando também a falta de condições da maioria das Residências Universitárias e lembrando que todos os anos centenas de jovens abandonam os estudos porque não encontram habitação a preços acessíveis.
O movimento destaca ainda que as pessoas com deficiência são um dos grupos mais invisibilizados e dos mais afetados pela crise da habitação, vivendo em habitações que não têm as condições mínimas de acessibilidade, pela ausência de alternativas e por insuficiência económica. Exige-se, assim, um contingente de habitação acessível, de promoção pública, reservado exclusivamente a pessoas com deficiência. Todos os novos projetos de habitação devem ter em conta critérios de segurança e acessibilidade, quer nas próprias casas, quer no espaço envolvente, integrando também a perspetiva das mulheres com deficiência. Devem ainda promover a autonomia das pessoas com deficiência, em articulação com um plano de desinstitucionalização coordenado e gradual.
Coimbra há muito vive uma crise de habitação, que afeta de forma marcante e continuada estudantes, jovens famílias, pessoas racializadas, populações migrantes e da comunidade cigana, pessoas com deficiência, idosas e que sofrem discriminações no mercado de habitação pelos mais variados motivos.
O manifesto da concentração assenta em três pilares – direito à habitação, direito à cidade e fim da exploração e do aumento do custo de vida – ficando a promessa de lutar contra a loucura das rendas e a falta de acesso à habitação, até que toda a gente tenha Casa Para Viver.
