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Coimbra quer estratégia conjunta em torno do património cultural imaterial

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 17-11-2022

No passado domingo, dia 13 de novembro, a Sala D. Afonso Henriques, no Convento São Francisco, encheu-se para receber o “Coimbra Imaterial”, ponto de encontro e de arranque para a implementação, a partir de janeiro de 2023, de uma estratégia conjunta e articulada, de continuidade, com medidas concretas associadas, para o património cultural imaterial e as artes e ofícios tradicionais no concelho de Coimbra. Foi ainda anunciada pelo presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, a realização da próxima edição da Mostra do Património Doceiro de Coimbra nos dias 4 e 5 de março de 2023, no Convento de São Francisco.

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Numa iniciativa conjunta da CM de Coimbra com a CoimbraMaisFuturo e a ADOC – Associação de Doceiros de Coimbra, o evento “Coimbra Imaterial”, que decorreu no passado domingo, dia 13 de novembro, no Convento São Francisco, aglutinou diversas entidades culturais e económicas do concelho e região de Coimbra, entre elas a Associação Herança do Passado (Almalaguês), o Grupo Folclórico e Etnográfico de Arzila, o Museu da Música de Coimbra, a Universidade de Coimbra, a Fundação INATEL, a Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, a Direção Regional de Cultura do Centro, o CEARTE, o Turismo do Centro e a CIM da Região de Coimbra.

Integrando uma dimensão de debate-reflexão com vários parceiros do concelho/região, a que se juntaram as componentes performativa (cine-concerto e recital) e gastronómica (com doçaria e bebidas diversas), neste evento o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, assumiu o compromisso de reconhecer, capacitar e promover, com consistência, ambição e em estreito diálogo e concertação com os agentes do concelho, o universo do património cultural imaterial nos próximos anos.

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Nesta medida, foi anunciado pelo responsável da autarquia que vão ser priorizados cinco universos de práticas e de saberes tradicionais: o património doceiro e as bebidas do concelho; a tecelagem de Almalaguês e o trabalho artesanal em bunho de Arzila; a etnomusicologia através da revitalização dos instrumentos tradicionais, bem como a literatura oral e o fado, a canção e a guitarra de Coimbra; a cerâmica pintada de Coimbra; e a dimensão religiosa, com a procissão da Rainha Santa Isabel e as Festas do Divino Espírito Santo e do Imperador de Eiras.

Foi também anunciada por José Manuel Silva a realização da próxima edição da Mostra do Património Doceiro de Coimbra nos dias 4 e 5 de março de 2023 (anteriormente realizava-se em outubro), no Convento de São Francisco (até agora o local era o antigo Convento de Sant’Anna), explorando as várias espacialidades e potencialidades deste equipamento cultural. Esta Mostra passa, assim, a ser a primeira do género no calendário anual nacional, permitindo esta nova data também desconcentrar o notório volume de programação que existe em outubro em Coimbra e disseminar mais a oferta cultural por meses com menor atividade a nível de eventos-âncora. 

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A renovada edição de 2023 vai contar com várias novidades, para além da nova data e local: uma dimensão internacional, com a participação de cidades geminadas com Coimbra e o estabelecimento de práticas de networking entre empresários estrangeiros e de Coimbra; o lançamento de desafios criativos, na área gastronómica, a agentes do concelho e da região; uma programação artística mais eclética e multidisciplinar, estabelecendo diálogos entre tradição e contemporaneidade; uma componente de capacitação dos profissionais da área e outra de reflexão sobre esta área; e um maior investimento na vertente da comunicação e marketing do evento, conferindo-lhe efetivamente uma escala nacional. 

A autarquia anunciou ainda a criação, ainda este ano, de um grupo de trabalho, de pensamento-ação para a área do património cultural imaterial, composto por representantes de vários quadrantes e por técnicos da autarquia afetos a esta área, e cuja função é identificar prioridades e definir medidas concretas para a dinamização e incremento do universo das artes e ofícios tradicionais. Paralelamente, a partir de 2023, e com o apoio da edilidade, será implementado um programa de consultoria dedicada, numa lógica de continuidade, dirigida a todos os agentes da área do património cultural imaterial do concelho, capacitando-os especificamente na dimensão da comunicação, marketing e promoção dos seus produtos culturais e turísticos. 

José Manuel Silva frisou também, na sua intervenção inicial, que será mais afinada e aprofundada a articulação da autarquia com a Direção Regional de Cultura do Centro e a Universidade de Coimbra, para efeitos de mapeamento sistemático e de atualizado das práticas e de agentes existentes no território, isto no sentido de desencadear processos de registo de alguns produtos culturais estratégicos de Coimbra na Matriz PCI – Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial junto da Direção Geral do Património Cultural, visto a atual matriz não incluir ainda qualquer manifestação do concelho de Coimbra, o que é imperioso colmatar.  

Por outro lado, a CM de Coimbra tem já em curso o processo de identificação e de alocação, na Baixa de Coimbra, no coração da cidade, de espaços/instalações para dar visibilidade, do ponto de vista económico, turístico e pedagógico, ao património cultural imaterial do concelho, através da assinatura, entre finais deste ano e início de 2023, de protocolos entre a autarquia e agentes locais ligados às artes e ofícios tradicionais. 

O Município irá ainda incorporar na sua programação cultural em 2023 várias propostas que pretendem incluir criativamente o universo do património cultural imaterial nas suas diversas manifestações. Além disso, e como também foi destacado neste encontro, Coimbra pretende estar alinhada com o Programa Saber Fazer (no âmbito da Estratégia Nacional para as Artes e Ofícios Tradicionais de 2021-2024), promovido pelo Ministério da Cultura através da Direção Geral das Artes, e, nomeadamente, com a criação de um repositório das artes tradicionais em território nacional e com a implementação de Rotas do Saber Fazer que também abranjam, envolvam e valorizem o território conimbricense. 

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