No dia em que um apagão inesperado mergulhou Portugal e Espanha numa espécie de pausa forçada, Sofia Pesciarelli, estudante Erasmus natural da Itália, aproveitou para captar Coimbra.
Com a sua câmara fotográfica, a jovem percorreu as ruas da cidade onde estuda desde fevereiro e registou o ambiente invulgar vivido durante as horas sem eletricidade. Desde a calma quase surreal no centro histórico até às sombras que envolveram o rio Mondego e os pátios da Universidade, as imagens revelam uma Coimbra diferente, mais silenciosa, quase poética.
“Foi como dar um salto atrás no tempo. Há uma estranha beleza nesta sensação repentina de desorientação”, partilha. A jovem, apaixonada por fotografia, viu no caos temporário uma oportunidade de reflexão e arte. “Leva-nos a pensar sobre o que realmente importa e sobre o quanto tomamos por garantido”, acrescenta.
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Enquanto muitos corriam para garantir água e pão, a estudante italiana percorreu as ruas de Coimbra com a máquina fotográfica na mão. “As lojas de recordações estavam às escuras, os turistas circulavam como se nada tivesse acontecido. A angústia estava no ar, mas mantive-me calma. Sabia que era passageiro.”
Mas, para além da imagem do colapso, a estudante encontrou algo mais profundo. “Este apagão revelou, de forma quase poética e inquietante, a nossa fragilidade e dependência da eletricidade.”
Com olhos de sensibilidade, Sofia terminou com um registo carregado de significado: “No meio de tudo o que se apagava, senti a importância de permanecer acesa.”
A jovem fotógrafa decidiu reunir os registos num ensaio fotográfico improvisado, agora transformado numa galeria que partilha com orgulho. As imagens — disponíveis nesta fotogaleria — mostram não apenas a dimensão do apagão, mas também a beleza tranquila de uma cidade que, mesmo às escuras, não perde o seu encanto.

























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