Coimbra foi palco, na tarde desta quarta-feira, 18 de junho, de um desfile silencioso promovido por cidadãos e comerciantes que exigem o regresso da 2.ª Equipa de Intervenção Rápida (EIR) da PSP, desativada em fevereiro do ano passado, na sequência dos protestos de subsídios de risco.
A iniciativa, organizada por Rui Marques, promotor da petição lançada a 19 de fevereiro deste ano, conta com 10.565 assinaturas.
“Só pedi 7.500 assinaturas, mas o povo, que conhece o trabalho desta equipa, ofereceu-me 10.565”, afirmou Rui Marques durante o evento.
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Segundo o organizador, o documento segue agora para o Presidente da República e deverá ser debatido no Parlamento, como previsto na lei para petições com mais de 7.500 assinaturas.
Além da petição, será entregue um dossiê com 90 ocorrências registadas na cidade após o desmantelamento da equipa, incluindo casos de assaltos, agressões a polícias e distúrbios na via pública. “Isso vai com a petição. Para além da petição, vão os 90 acontecimentos”, explicou Rui Marques.
“A equipa brilhava”, dizem os apoiantes. Ao longo do discurso gritou-se: “Coimbra mais segura, com a 2.ª Equipa da PSP nas ruas”.
Entre os manifestantes esteve António Alves, comerciante na Baixa de Coimbra, que destacou o papel pedagógico da antiga equipa:
“Era uma equipa que, além de transmitir segurança, falava connosco. Aconselhava as pessoas, dizia ‘não faça isso, não faça aquilo’. Faz muita falta. Não desfazendo das outras equipas da PSP, mas esta era essencial”.
“A cidade está insegura”, alerta um outro comerciante com 51 anos na Baixa da cidade.
António Craveiro, empregado comercial defende o regresso da equipa: “Nota-se bem a diferença desde que saíram. Os senhores que mandam deviam ver que a cidade está insegura. Nós não temos grande segurança sem esta equipa”.
O comerciante apela ao bom senso dos decisores políticos: “A cidade de Coimbra precisa de polícia na rua. A partir das 22:00, não se vê um agente. Espero que os deputados façam o que é certo”.
Entre os participantes, esteve também Isabel Leão, ex-comerciante na Baixa de Coimbra.
“Fui obrigada a fechar a minha loja desde que esta equipa saiu do ativo. A segurança é zero. Estou aqui em defesa desta equipa, que faz falta à cidade. Nós, cidadãos, comerciantes, empregados, merecemos essa proteção”.
Isabel vestia uma t-shirt da 2.ª EIR e empunhava uma bandeira de Portugal: “Espero que Portugal faça alguma coisa por esta equipa. Por nós. Por Coimbra”, afirmou, emocionada.
Segundo Rui Marques, a petição teve repercussão em todo o país: “Recebi mensagens de apoio de Lisboa, Porto, Algarve. Pessoas que conheciam o trabalho desta equipa e que se prontificaram a ajudar. Foi uma equipa que prestou um serviço de excelência à cidade”.
“O que eu espero é justiça. Que se reative a mesma equipa, com os mesmos agentes. Quem assinou a petição quer isso”, concluiu o promotor.
Idalinda Oliveira, gerente da Pastelaria Visconde juntou-se ao desfile e salientou a importância desta equipa para a cidade. “Sentia-me segura”.
A concentração teve início junto ao Banco de Portugal, no Largo da Portagem, e seguiu até à Praça 8 de Maio, sob o lema “Tornar Coimbra mais segura”.
O documento, acompanhado por 90 ocorrências registadas após a dissolução da equipa, será entregue brevemente ao Presidente da República. Caberá agora à Assembleia da República debater o futuro da 2.ª Equipa de Intervenção Rápida da PSP de Coimbra.
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