Vamos
Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo recebem primeiro Festival Internacional de Teatro Físico e Artes de Rua

Imagem: depositphotos.com
O Festival Internacional de Teatro Físico e Artes de Rua – Inopinado tem a sua primeira edição entre 03 e 27 de setembro, em Coimbra, dando corpo a um movimento que procura dar outro destaque a este tipo de teatro.
O festival, organizado pela associação O Elefante na Sala, vai decorrer durante o mês de setembro, tendo como epicentro Coimbra, mas com programação também na Lousã e em Miranda do Corvo, numa iniciativa que apresenta espetáculos, formações e uma arruada, afirmou hoje a organização, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
PUBLICIDADE
O Inopinado surge depois de ter sido criada na cidade uma escola dedicada ao teatro físico, pela associação O Elefante na Sala, numa resposta a uma sensação de uma presença “um bocado escassa” do teatro físico no país, afirmou à Lusa o diretor artístico do festival, Hugo Inácio.
“Falamos de teatro físico, mas todo o teatro é físico. O nome é só para localizarmos o teatro de que estamos a falar, em que se calhar há máscaras, há bufão, há ‘clown’ ou outro tipo de pedagogias que, com os anos, alguém as chamou de teatro físico”, aclarou.
Para o diretor artístico, perdeu-se a procura por matérias centradas no teatro físico e nas artes de rua.
“Não é que elas sejam o cofre dourado onde as pessoas vão encontrar o verdadeiro teatro, mas é algo que dá aos atores e a quem faz teatro uma técnica objetiva de como criar e de como fazer”, explicou.
Na sua ótica, falta formação “que deveria ser feita para o corpo do ator”, recordando que a maior parte das disciplinas centradas no corpo “são dadas por professores de dança”.
O Inopinado irá contar com apresentações dos espetáculos “Sítio”, da Companhia da Chanca que usa a máscara larvar, “Fiasco”, em que o coletivo espanhol Panicoteatro apresenta um espetáculo de variedades em formato de cabaret, e “Os Inocentes Descendentes dos Indecentes”, do coletivo AfterParty, criado em Coimbra.
A 13 de setembro, haverá uma ‘masterclass’ de comédia contemporânea por Arturo Bernal, diretor pedagógico de uma escola espanhola focada no movimento, e por Hugo Inácio, que irá culminar numa arruada pela Baixa, com a presença de alguns artistas da cidade.
Ao longo do mês, o festival promove formações na antiga sede da Junta de Almedina, destinadas a atores e alunos de teatro, com Nuno Pino Custódio (sobre as máscaras em couro da Commedia dell’Arte), Arturo Bernal (sobre o bufão contemporâneo e cabaret) e Aldara Bizarro (dança falada e teatro falado).
Além destas propostas, haverá também uma conversa, no arranque do festival, em que será debatida a presença ou falta dela do teatro físico em Portugal.
De acordo com Hugo Inácio, o festival assume-se como um de vários gestos para criar um movimento em torno do teatro físico em Portugal, acreditando também na possibilidade de transformar Coimbra como um ponto de encontro entre artistas interessados nestas técnicas e conceitos.
O projeto conta com o apoio da Direção-Geral das Artes, da Câmara Municipal de Coimbra, da União das Freguesias de Coimbra e do MUEVE – Festival de Teatro Físico de Madrid, entre outras entidades e parceiros.
PUBLICIDADE