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Coimbra lidera investigação sobre preferências do local de morte das pessoas

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 meses atrás em 22-02-2024

A Universidade de Coimbra (UC) lidera uma investigação que pretende estudar preferências de local de cuidados e de morte de pessoas com doenças avançadas para ajudar a que sejam cumpridas.

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“Os estudos vão ser realizados em vários países, entre eles Portugal, onde, até ao momento, não existe uma análise aprofundada sobre as preferências de doentes e a sua concretização”, referiu a UC.

A investigação pretende criar uma classificação internacional para registar os locais de cuidados e de morte, preferidos e reais, e inclui entrevistas a doentes, familiares e outras pessoas relevantes, para compreender quais são as preferências em Portugal e em que medida estão a ser cumpridas.

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Com este trabalho, financiado com 1,8 milhões de euros pelo Conselho Europeu de Investigação, os investigadores pretendem “identificar os principais fatores que influenciam as escolhas, tais como fatores relacionados com a doença, o ambiente em que as pessoas vivem ou as motivações pessoais”.

Para Bárbara Gomes, da Faculdade de Medicina da UC e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia, “esta investigação pioneira em Portugal vai permitir uma compreensão mais aprofundada das escolhas no fim de vida, contribuindo para perceber como são cumpridas as vontades individuais e de que forma é possível melhorar o acompanhamento dos doentes e das famílias”.

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Em Portugal, participam neste estudo doentes seguidos pelas equipas de cuidados paliativos (pediátrica e de adultos) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e seus familiares, que já começaram a ser entrevistados.

O estudo está a ser conduzido em simultâneo nos Estados Unidos da América, Países Baixos e Uganda.

“Este levantamento será crucial para colmatar lacunas e melhorar as estratégias de cuidados paliativos em linha com as preferências dos doentes e das suas famílias”, destacou Bárbara Gomes.

Segundo a investigadora, o conhecimento sobre a vontade das pessoas e a forma como é ou não respeitada “é absolutamente crucial e requer uma análise aprofundada para que seja possível implementar mais e melhores estratégias de cuidados paliativos”.

“Honrar as preferências das pessoas, independentemente da sua condição de saúde e estatuto social ou económico, é um aspeto crítico para assegurarmos a prestação de cuidados de alta qualidade no fim de vida a todos, diminuindo o sofrimento dos doentes e da sua rede familiar”, sublinhou.

O estudo pretende ainda chamar a atenção para a importância de “as pessoas com necessidades de cuidados paliativos pensarem e expressarem as suas preferências, de colocar os profissionais de saúde a discuti-las com as famílias, e, em conjunto, encontrarem formas de assegurar que mais pessoas veem o seu desejo cumprido”.

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