Coimbra

Coimbra: Júri dos Prémios Ciências do Desporto critica discriminação nos apoios da FCT

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 24-02-2022

O presidente do júri dos Prémios Ciências do Desporto apelou hoje à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para que considere as ciências do desporto como um “espetro” das ciências altamente respeitável.

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“A FCT, que é a nossa agência de financiamento nacional da investigação, desqualificou há uns anos as ciências do desporto, deixando de ter uma área específica a concurso para financiamento, incluindo-as nas ciências da saúde”, lamentou João Paulo Vilas-Boas.

Falando em Coimbra, na cerimónia de entrega dos Prémios Ciências do Desporto das edições de 2019 a 2021, o catedrático da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto salientou que os investigadores desta área “têm uma dificuldade imensa em aceder a financiamento do Estado para realizarem o seu trabalho, porque competem diretamente com os critérios de outras áreas”.

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O presidente do júri apelou para que a FCT considera as ciências do desporto como “um espetro das ciências em Portugal altamente respeitável, muito bem colocada nos rankings internacionais específicos e absolutos e que contribui decisivamente para a produção científica em Portugal”.

“Em valores relativos, sem valores absolutos, à nossa escala, não se poderia pedir muito mais, porque o volume de investigadores nas áreas médicas, engenharias, ciências base ou nas ciências do desporto são incomparáveis”, salientou.

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Segundo João Paulo Vilas-Boas, quando se compara a produção e o prestígio científico das ciências do desporto nacional no quadro das ciências do desporto mundial, “os valores são inequivocamente melhores do que todos os outros domínios científicos”.

“Enquanto as universidades portuguesas andam pelos lugares 300 nos rankings internacionais, as faculdades de desporto, nos rankings específicos, andam pelos lugares 40, 50 e 60”, sublinhou.

Os prémios de 2020/2021 das Ciências do Desporto, promovidos pelo Comité Olímpico Português, foram atribuídos a três trabalhos: “Comportamentos dos técnicos de exercício como promotores de sustentabilidade económica dos operadores fitness”, “Quantificação da exposição ao contacto interpessoal em desportos coletivos durante a pandemia de covid-19 através de sistemas de rastreamento automático” e “Modelo de desenvolvimento atlético e implicações para a longevidade da carreira de jogadores portugueses de futebol”.

Relativamente a 2019, o prémio da zona norte foi entregue ao trabalho “Desporto, a centelha do pensamento e comportamento criativo”.

Apesar de terminar este ano o contrato com o patrocinador, o presidente do COP, José Manuel Constantino, garantiu a continuidade dos prémios nos próximos anos, no sentido de “valorizar o trabalho de investigação feito pelas faculdades e institutos superiores na área das ciências do desporto”.

A cerimónia da entrega dos prémios contou com uma palestra do professor jubilado da Universidade de Coimbra Carlos Fiolhais, doutorado em Física Teórica e diretor do Rómulo – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra, sobre o “O Jogo: na Cultura, na Ciência e no Desporto”.

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