Saúde
Coimbra: Falta de dadoras de ovócitos impede muitas mulheres de ser mães
A região Centro tem um dos três bancos públicos de gâmetas de Portugal, no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. No entanto, a escassez de doações de ovócitos adia ou impede o desejo de dezenas de mulheres e casais que ambicionam ter um filho.
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Nas últimas décadas, a idade média em que a mulher tem o primeiro filho tem aumentado, situando-se atualmente nos 31 anos. Incapacidade económica, procura de estabilidade financeira e profissional antes da maternidade, ou a falta de um parceiro adequado para criar uma família são os fatores com maior impacto na decisão de ter o primeiro filho.
Segundo a American Society for Reproductive Medicine, este adiamento origina um decréscimo da fertilidade – a cada mês que uma mulher saudável e fértil de 30 anos tenta engravidar tem 20% de hipóteses que a gravidez ocorra. Ou seja, em cada cem mulheres férteis de 30 anos que tentam engravidar num ciclo, só vinte serão bem-sucedidas, tendo as restantes oitenta de continuar a tentar.
Esta diminuição de fertilidade com a idade leva a que uma mulher aos 40 anos, em cada ciclo, tenha uma hipótese de engravidar inferior a cinco por cento.
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Os bancos públicos de gâmetas como o do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, são essenciais para uma resposta ao declínio da fertilidade associado à idade da mulher. No entanto, a falta de dadoras origina listas de espera que podem atrasar muito o sonho de ser mãe ou até impedi-lo definitivamente.
À escassez das doações acresce a circulação de muitas informações erradas, que agravam os mitos e receios que levam muitas mulheres a não quererem submeter-se ao processo de doação.
Receios infundados como perda de fertilidade ou infertilidade, medo de sentir dor, ausência de acompanhamento médico, entre outros contribuem para a falta de dadoras, que nem a compensação económica do processo que ronda os 850 euros) permite reverter.
Para uma mulher ser dadora tem de obedecer a três condições essenciais – ter entre 18 e 33 anos, não ter infeções sexualmente transmissíveis nem doenças genéticas ou hereditárias.
O número de doações também é limitado, sendo analisado individualmente, e entre cada doação tem de mediar um intervalo de, pelo menos, três meses.
A doação ocorre sob total confidencialidade e com acompanhamento médico durante todas as três fases do processo: consulta de ginecologia prévia, avaliação de fertilidade, análises sanguíneas e entrevista psicológica; estimulação hormonal; e doação, que consiste na colheita de óvulos.
Se pretender tornar-se dadora, pode contactar o Banco Público de Gâmetas do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, através do endereço de correio eletrónico bancogametas@chuc.min-saude.pt ou pelo telefone 964 554 924. Todos os contactos são geridos de forma confidencial.
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