Na Pastelaria Visconde, em pleno coração de Coimbra, o Natal começou a ganhar forma muito antes de dezembro.
É ali, entre o perfume do mel, o brilho das frutas cristalizadas e o calor constante do forno, que nasce aquela que já é apelidada de a melhor das melhores tranças de Natal — título conquistado num concurso nacional em Santarém e que a casa exibe agora com justo orgulho.
A equipa do NDC acompanhou de perto cada etapa desta criação que tem encantado clientes de toda a região.
PUBLICIDADE
No centro da operação está José Querido, pasteleiro de mão cheia, com 43 anos dedicados à arte.
De sorriso fácil e humor afiado, confessa que tudo começou “quase por brincadeira”, mas tornou-se a sua grande paixão.
A massa, explica, é uma versão aprimorada da tradicional massa do bolo-rei: farinha fina, açúcar no ponto, margarina, mel, vinho do Porto e um toque de casca de laranja que perfuma a sala inteira.
São 20 minutos de amassadura intensa, seguidos de duas horas de repouso — tempo suficiente para que a massa ganhe vida.
É então que chega o momento decisivo: o recheio. A Pastelaria Visconde produz o seu próprio doce de abóbora, espesso e perfumado, que José espalha com um cuidado quase cerimonial. E quando se pergunta pelo segredo, ele sorri: “O segredo não se conta a ninguém”.
Depois vêm os frutos secos — noz clarinha, caju e uma mistura de frutas e sultanas que ficam a marinar durante semanas em várias bebidas, numa combinação que só a equipa conhece. O resultado é uma explosão de aromas que faz qualquer visitante parar à porta da pastelaria.
Trançada “como se fosse um cabelo”, moldada com precisão e deixada a repousar mais um pouco, a massa segue para o forno, onde coze a temperaturas meticulosamente ajustadas.
Quando sai, dourada e brilhante, recebe ainda uma calda quente de vinho do Porto que a torna irresistível. José aproxima-se, verte a calda e ri: “É feita com amor… e não se bebe, só se cheira”.
Este ano, garante o pasteleiro, a procura está a ser extraordinária.
Para quem deseja provar a trança campeã — fofa, húmida, brilhante e carregada de sabores natalícios — a recomendação de José é simples: “O melhor é virem cá”.
PUBLICIDADE
