A 17 de abril de 1969, perante uma comitiva do Estado Novo, encabeçada pelo na altura presidente Américo Thomaz, na inauguração do edifício das Matemáticas, na Alta de Coimbra, Alberto Martins afirmou: “Em representação dos estudantes da Universidade de Coimbra, peço licença a vossa excelência para falar nesta sessão”.
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O pedido de palavra não foi aceite e Alberto Martins seria detido essa noite.
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Seguiram-se várias iniciativas de contestação estudantil, nomeadamente manifestações e greve aos exames, a que o Governo respondeu com prisões e a incorporação compulsiva dos estudantes nas forças armadas, para combaterem na Guerra Colonial. O reitor da Universidade de Coimbra e o ministro da Educação acabaram por se demitir.
50 anos depois, Coimbra homenageia no dia 17 de abril a luta dos estudantes na Crise Académica de 1969.
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A comemoração dos 50 anos da crise académica de 1969 tem num programa que se estende até à Festa das Latas.
O programa pretende homenagear todos os estudantes envolvidos na crise académica de 1969, que começou em 17 de abril daquele ano, quando Alberto Martins, presidente da AAC à data, pediu a palavra, perante uma comitiva de dirigentes do Estado Novo.
A organização destas iniciativas é presidida pela AAC, contando ainda com a CM Coimbra e a UC, e a parceria da Fundação Inatel e da Turismo do Centro.
As comemorações arrancaram nesta na terça-feira, com o concerto dos UHF de tributo a José Afonso, no Convento São Francisco.
No dia 17 de abril, numa cerimónia evocativa, na Sala 17 de Abril, do Departamento de Matemática da UC, celebram-se os 50 anos em que Alberto Martins pediu a palavra.
11h00 – Cerimónia evocativa dos 50 Anos da Crise Académica | Sala 17 de Abril do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra.
12h30 – Apresentação do conjunto escultórico “PEÇO A PALAVRA!”, da autoria de Carlos Ramos |Junto às Escadas Monumentais;
12h45 – Descerramento da placa evocativa dos 50 Anos da Crise Académica | Edifício da Associação Académica de Coimbra;
16h00 – Lançamento de CD e livro “JOSÉ AFONSO AO VIVO”, com investigação de Adelino Gomes | Salão Nobre dos Paços do Município de Coimbra”.
As cerimónias contam com a presença do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, do reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, do presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra, Daniel Azenha, e do presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra em 1969, Alberto Martins.
Neste dia, será descerrada uma da placa evocativa dos 50 anos da crise e a apresentação de um conjunto escultórico, da autoria de Carlos Ramos e a cargo da CM Coimbra, junto às Escadas Monumentais, intitulado “Peço a Palavra!”.
A 20 de abril, no jogo da segunda liga entre a Académica e o Mafra, haverá uma recriação da Final da Taça de Portugal de 1969, com os jogadores do Organismo Autónomo de Futebol a entrarem em campo de capa aos ombros e com a exibição de tarjas nas bancadas com as palavras de ordem usadas naquele ano, explicou o presidente da AAC, Daniel Azenha, durante a conferência de imprensa de apresentação do programa.
No Largo Dom Dinis, no dia 28, haverá outra recriação histórica, esta em torno da “repressão e cerco à Universidade de Coimbra pela Guarda Nacional Republicana”, com encenação da Viv’Arte.
No dia 23, o presidente da direção-geral da AAC de 1969, Alberto Martins, vai apresentar em Coimbra, na Sala 17 de Abril, o livro “Peço a Palavra – Coimbra 1969”, seguindo-se, à noite, a gala comemorativa dos 50 anos da crise académica, com a atribuição do estatuto de associados honorários da AAC aos membros dos órgãos sociais daquele ano.
Associados às comemorações estão ainda vários concertos e espetáculos do ciclo do Convento São Francisco “Somos Livres”, bem como o Dia da Cidade de Coimbra, a 4 de julho, o Baile de Gala da Queima das Fitas (que terá referências à crise académica), e o cortejo da Festa da Latas, a 6 de outubro.
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