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Coimbra Business School conclui que despedimento não aumenta eficácia dos bancos europeus

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 05-05-2020
Os bancos de maior dimensão e com mais funcionários são mais eficientes, conclui um estudo realizado por três investigadoras da Coimbra Business School (CBS) a 94 entidades bancárias da Europa, divulgado hoje.

“Não são os despedimentos em massa que promovem a eficiência bancária”, afirma Elisabete Neves, uma das autoras do estudo, em comunicado da CBS enviado à agência Lusa.

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Segundo a investigadora, “as remunerações dos líderes executivos é que provavelmente são exageradas, não contribuindo nem para melhorar a rentabilidade dos bancos, nem a sua eficiência”.

O estudo, que contou com a participação de Maria do Castelo Gouveia e Catarina Proença, conclui que “o futuro não deverá passar pela redução de funcionários, uma vez que o número destes contribui para a eficiência bancária”.

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Publicado no Journal of Risk and Financial Management, com sede em Basileia, na Suíça, o estudo “European Bank’s Performance and Efficiency” analisou a performance de 94 bancos europeus, verificando que apenas 20 são eficientes.

Segundo o comunicado, na análise aos 74 bancos classificados como ineficientes, a sua dimensão foi identificada como o fator que menos necessita de ajustes.

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“É um resultado que tem de ser destacado, dado que os bancos listados na amostra são também os maiores bancos de cada país”, salienta Elisabete Neves, realçando que os “resultados indicam que os bancos de maiores dimensões são mais eficientes”, enquanto aqueles que procederam a despedimentos em massa “não se tornaram mais eficientes”.

Catarina Proença, outra das autoras, frisa que a investigação incidiu nos “fatores que entre 2011 e 2016 influenciaram tanto a performance bancária dos países da Zona Euro como os seus níveis de eficiência”.

“Foi o período de estudo ideal para escrever este artigo, dada a perturbação provocada pela crise da dívida soberana que atingiu a Europa”, sublinha.

Para a análise dos bancos, os investigadores aplicaram duas metodologias distintas. A primeira, através do método de estimação dos momentos generalizados, permitiu verificar quais as variáveis que influenciam a performance bancária que, neste caso, foi medida pela rentabilidade operacional dos bancos.

Estas variáveis passaram pelos empréstimos líquidos sobre total de ativos (NLTA), Capital Próprio sobre total de ativos (ETA), Relação custo-benefício (CIR), Tamanho dos bancos (calculado de acordo com o número de empregados).

“Estes fatores foram ponderados através de uma segunda metodologia (Data Envelopment Analysis), o que permitiu avaliar a eficiência relativa dos bancos, gerando um indicador global de eficiência para cada banco, por comparação relativa entre eles, considerando os mesmos recursos utilizados e os resultados obtidos”, explica a CBS.

O estudo detetou que o CIR “tem um peso muito elevado na eficiência bancária, ou seja, os bancos com uma estrutura de custos muito elevada – onde se incluem custos operacionais – são menos eficientes”, afirma Maria do Castelo Gouveia, também autora do estudo, salientando que isso “poderá ser explicado pela acomodação de novos custos regulatórios que os bancos tiveram que efetuar após a crise financeira global de 2007-2008”.

Para além do rácio custo-benefício, o tamanho dos bancos – avaliado consoante o número total de empregados – e a rentabilidade dos seus ativos são os fatores que promovem a eficiência e a lucratividade bancária.

“No período pós-crise, os pequenos bancos tiveram mais dificuldades financeiras, devido à inadequação do seu capital às necessidades e à falta de margem de segurança financeira. Por isso, os bancos com menos prejuízos tornaram-se mais eficientes”, afirma Elisabete Neves.

Segundo as conclusões do estudo, para a banca da Zona Euro aumentar a sua eficiência “terá que controlar os seus custos”.

“Os custos podem ser reduzidos, não pela diminuição dos funcionários, mas pela redução dos gastos de estrutura: essa pode passar, por exemplo, pela redução de serviços especializados ou terceiros”, refere Catarina Proença.

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