A Assembleia Municipal aprovou hoje o orçamento da Câmara de Coimbra para 2023, no valor de 174,9 milhões de euros (ME), com a oposição a criticar incongruências e ausência de investimento no documento.
A proposta de Orçamento e Grandes Opções do Plano (GOP) foi aprovada hoje em Assembleia Municipal de Coimbra, com votos a favor do PSD, CDS-PP, PPM e Nós, Cidadãos!, que fazem parte da coligação Juntos Somos Coimbra (que lidera a Câmara, mas que não tem maioria neste órgão municipal).
PS e CDU abstiveram-se e o movimento Cidadãos por Coimbra votou contra o documento.
PUBLICIDADE
Reafirmando que o impacto da conjuntura representa menos 12 milhões de euros para os cofres camarários entre 2022 e 2023, o presidente do município, José Manuel Silva, realçou que para o próximo ano a “amputação orçamental” é agravada pelo prejuízo superior a um milhão de euros por uma “muito mal negociada descentralização da Educação”.
Nesse sentido, o autarca considerou que este é um documento feito “num enquadramento de contenção” e com o adiamento do “lançamento de novos grandes projetos”, por não ter começado o diálogo em torno do próximo quadro comunitário.
Apesar disso, José Manuel Silva destacou a criação da nova estrutura do município, que terá um custo de 867 mil euros face ao aumento do número de dirigentes, mas que representa “um claro e necessário investimento na capacidade, qualidade, organização e preparação da Câmara Municipal para responder aos desafios presentes e futuros”.
Confrontado com as críticas da oposição, que considera que estão ausentes do orçamento para 2023 grande parte das promessas eleitorais da coligação, José Manuel Silva socorreu-se das palavras do primeiro-ministro, António Costa: “Não vivemos na ansiedade de cumprir no primeiro ano tudo o que temos para cumprir nos quatro anos da legislatura”.
O líder da bancada socialista, José Ferreira da Silva, considerou o documento aprovado como “um orçamento de grandes, médias e pequenas mentiras”, acusando o executivo de lançar “falsas promessas” e de “enganar os munícipes”.
A ausência de investimento na Baixa de Coimbra, os problemas com os transportes urbanos no concelho e as obras do ‘metrobus’, que afetam o trânsito na cidade, foram algumas das questões que o deputado do PS apontou.
No entanto, os socialistas “não seguem uma política de terra queimada”, notou, sustentando nessa postura a razão pela qual o PS optou por se abster.
Já a CDU apresentou propostas, como a conversão do Convento de Santa Clara-a-Nova como “casa das associações e centro de recursos partilhados”, a ampliação do serviço de fornecimento de refeições escolares, um plano de recuperação dos edifícios escolares ou a criação de um novo parque de Ecovia para poder servir os Hospitais da Universidade de Coimbra.
Assinalando a “opacidade” do executivo e a ausência de acolhimento de qualquer proposta apresentada pelo Cidadãos por Coimbra, a deputada Graça Simões alertou para várias situações no orçamento, nomeadamente mais de oito milhões de euros para aquisição de serviços, apenas 3,4% do orçamento para as freguesias (ao contrário dos 10% prometidos pelo executivo) e montantes reservados sem rubricas definidas.
Na Assembleia Municipal, foi também aprovado o orçamento para 2023 dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), com o Cidadãos por Coimbra a votar favoravelmente, ao lado dos partidos que compõem a coligação Juntos Somos Coimbra, já o PS e CDU abstiveram-se.
PUBLICIDADE