Um novo estudo publicado na revista npj Aging revela que a psilocibina — substância psicadélica encontrada nos “cogumelos mágicos” — pode retardar significativamente o processo de envelhecimento e prolongar a vida útil das células, com resultados promissores testados em camundongos e células humanas.
Durante meses de tratamento com psilocibina, ratos idosos que apresentavam sinais visíveis de envelhecimento, como áreas calvas e pelos grisalhos, começaram a recuperar a pelagem, com pelos mais escuros a crescer. No plano celular, o composto mostrou preservar estruturas de ADN, aumentar a longevidade celular e melhorar a sobrevivência dos animais em 60%.
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Liderado por Louise Hecker, do Baylor College of Medicine e Emory University, o estudo acompanhou os efeitos da psilocina — a forma ativa da psilocibina no organismo — em células humanas e em ratos. Nas células, observou-se um aumento da vida útil em até 57%, redução do stress celular e preservação dos telómeros, estruturas que protegem os cromossomas e que se encurtam com a idade.
Nos ratos, com uma idade equivalente a 60 anos humanos, doses mensais do composto aumentaram a taxa de sobrevivência e melhoraram visivelmente a condição da pelagem. Segundo os investigadores, este é o primeiro estudo a demonstrar a capacidade da psilocibina em prolongar a vida útil celular e aumentar a longevidade em organismos vivos.
O efeito da psilocibina parece estar ligado à ativação dos receptores de serotonina, presentes em todo o corpo, incluindo na pele, coração e sistema imunológico, reduzindo o stress oxidativo e promovendo a reparação do ADN, pode ler-se na Live Science.
Embora a psilocibina tenha sido sobretudo estudada para tratamentos de depressão, ansiedade e stress pós-traumático, estes novos dados abrem portas para uma potencial terapia antienvelhecimento.
Apesar do entusiasmo, os investigadores alertam para a necessidade de mais estudos, sobretudo em humanos, para avaliar a segurança, eficácia e doses ideais. A psilocibina continua a ser uma substância controlada em muitos países, mas está a ganhar terreno em pesquisas clínicas.
A perspetiva de que um composto psicadélico possa não só mudar a mente, mas também desacelerar o relógio biológico do envelhecimento, representa um avanço emocionante e um campo de estudo promissor para o futuro da medicina.
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