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Cluster do calçado apresenta “choque estratégico” para preparar “nova década de crescimento”

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 29-11-2022

 A qualificação de pessoas e empresas, os produtos e processos sustentáveis, a flexibilidade e resposta rápida e a presença ativa nos mercados são as quatro prioridades definidas no novo ‘Plano Estratégico do Cluster do Calçado 2030’, a apresentar hoje.

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Preparado pela Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), em parceria com o CEGEA – Centro Estudos do Núcleo do Porto da Universidade Católica, o plano prevê 24 medidas e 113 ações concretas para “reposicionar o setor na cena competitiva internacional”, na sequência das “profundas alterações” dos últimos anos.

Sem alterar a visão definida no plano estratégico anterior ‘Footure 2020’, porque “os objetivos fundamentais não se alteraram”, a associação avisa, contudo, que para os atingir “muito tem de mudar”.

Por um lado, porque “o tema da sustentabilidade cresceu exponencialmente” e tem de ser trabalhado “ainda com maior afinco”; por outro, porque a escala das empresas nacionais “tem de se compatibilizar com processos de automação que reforcem a sua eficiência produtiva”. Adicionalmente, impõem-se “soluções de gestão da cadeia de valor internacional que permitam reforçar a competitividade face aos concorrentes europeus”.

“Ser a referência internacional da indústria de calçado e reforçar as exportações portuguesas, aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva” é a visão do ‘cluster’ português de calçado subjacente a este plano estratégico até 2030.

Para o presidente da APICCAPS, com este “choque estratégico” o setor prepara “uma nova década de crescimento”: “Este plano é mais do que uma visão, é um compromisso do setor para aprofundar a sua competitividade no plano internacional e continuar a gerar valor para o nosso país”, sublinha Luís Onofre.

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O documento apresenta, adicionalmente, cinco projetos âncora – Academia Digital, Inclusão & Responsabilidade Social, Compromisso Verde, Centros de Demonstração e Empreendedorismo de Marca – destacadas como “áreas de intervenção fundamentais no progresso do setor”.

Embora apresente planos estratégicos de forma regular há mais de 40 anos, tendo neste período o emprego no setor triplicado e as respetivas produção e exportações multiplicado por cinco e por 13, respetivamente, a APICCAPS diz serem “diversas as circunstâncias que justificam a elaboração de um novo [e 7.º] documento”.

“Na última década houve uma profunda alteração nas preferências dos consumidores; o comércio eletrónico veio impor uma reconfiguração dos canais de distribuição; o mercado internacional de calçado está em transformação, com a afirmação de novos protagonistas; a pandemia de covid-19 veio alterar hábitos e abalar a estrutura empresarial”, detalha.

Neste sentido, ao longo do novo plano estratégico estes e outros fatores são analisados ao pormenor, assim como as suas implicações para o ‘cluster’ do calçado.

Defendendo que “este deve ser um plano integrador”, Luís Onofre explica que se procurou “que nele constassem as linhas de ação que coletivamente o setor tem de concretizar, mas também assegurar que existisse espaço para que cada empresa possa enquadrar a sua estratégia individual”.

E, embora cada plano atenda “às circunstâncias específicas do momento em que é produzido”, a associação salienta que “a continuidade e regularidade destes exercícios tem garantido que a atuação da APICCAPS siga um rumo cujas coordenadas fundamentais […] têm sido a aposta nos mercados internacionais, a progressão na cadeia de valor e a flexibilidade produtiva”.

Segundo sustenta a associação, para além de garantir um rumo coerente do setor, o novo plano surge numa altura em que “os desafios com que o ‘cluster’ do calçado está confrontado são significativos”, o que eleva “o clima de incerteza”.

“A escassez de mão de obra qualificada, o aumento acentuado da inflação e seus reflexos na política monetária, a emergência de novos canais de distribuição, a afirmação de novos concorrentes, as alterações nas preferências dos consumidores ou a incerteza sobre a evolução do consumo”, são os fatores adicionais de incerteza elencados pelo presidente da APICCAPS.

Ainda assim, Luís Onofre garante: “Essas dificuldades não nos levarão a abandonar os princípios fundamentais que têm guiado a nossa evolução ao longo de décadas, nem vamos, agora, ceder a apelos protecionistas que sempre rejeitamos”.

Particularmente no capítulo da sustentabilidade, e num contexto em que, “na última década, a importância atribuída pela sociedade e pelos consumidores ao tema cresceu exponencialmente”, a associação considera que o setor tem de “trabalhar com o maior afinco”, de forma a transformar este fator num dos seus “argumentos competitivos fundamentais”.

A este propósito, o presidente da APICCAPS nota que a manutenção da competitividade do ‘cluster’ exige também que estes encontrem “soluções para responder ao aumento dos custos de produção e à escassez de mão de obra”: “Temos de compatibilizar a escala das empresas nacionais com processos de automação que reforcem a sua eficiência produtiva”, sustenta.

Adicionalmente, Luís Onofre afirma que o setor não pode “excluir soluções de gestão da cadeia de valor internacional que permitam reforçar a competitividade”, pelo que, “dentro do esforço de progressão na cadeia de valor, terá de reforçar a apostar na criatividade e na marca para posicionar os produtos”, na medida em que “é a solução que garante maior independência estratégica, sendo desejável que represente uma parcela crescente das exportações nacionais”.

Já a qualificação é, para o dirigente associativo, outro “grande imperativo”.

Constituído por 1.500 empresas, responsáveis por cerca de 40 mil postos de trabalho, o setor de calçado exporta mais de 95% da sua produção para 172 países, nos cinco continentes.

Até setembro, Portugal exportou 61 milhões de pares de calçado, no valor de 1.537 milhões de euros, o que representa um crescimento de 22,5% face ao período homólogo do ano anterior.

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