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PAULO ALMEIDA
Eu nem queria acreditar no que me contaram acerca do remendo efectuado à lista candidata à união das freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas. A influência do PPM junto do PSD é de tal ordem que determina uma “traição” à República? Talvez não, mas não havia a necessidade, como dizia o outro. A Bertília não merece que os eleitores pensem que ela se transforma em Simão à meia-noite. Não merece! E também não há-de ter culpa nenhuma em ser cabeça-de-lista à freguesia de Santa Clara, agora unida com Castelo Viegas. Com efeito, o candidato do PSD, unido com PPM e MPT, foi sempre o ainda presidente Simão, pai de Bertília.
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O PSD, com receio do “diabo” que habita no palácio Ratton, decide presentear os eleitores de Santa Clara unida com Castelo Viegas com um sacrifício – o pai oferece a filha. Mais parece magia. Desde logo porque a filha poderia ter sido desde sempre a primeira escolha daquela lista, só perdendo com a troca à pressa, imerecida. Também perde o pai Simão. Não perde a filha, que há-de ser sempre sua. Pode perder a confiança dos eleitores que não são parvos. Espero que perca para o CDS e o seu candidato José Gomes.
Especialmente porque o candidato do PS está a fazer o papel de “Bela Adormecida”. Tudo indica que Clemente aguarda um “beijo” do Tribunal Constitucional para ser candidato. A lei de ou da limitação dos mandatos faz estragos, muitos estragos. Deixa a Assembleia da República com má imagem, os políticos candidatos com pior e os Tribunais com uma ferida aberta de respeitabilidade. Ninguém se entende. E o pior está para vir quando uns não puderem ser candidatos e outros (imensos no país) forem eleitos legitimamente, só porque ninguém se lembrou ou quis impugnar a sua elegibilidade.
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Uma vergonha democrática dispensável. Nem me refiro à interpretação da lei, pois há uma para cada freguês. Digo é que seria democrático, respeitador da res publica, impedir que uma pessoa se apresente a votos mais de três vezes seguidas (sendo o vencedor), independentemente do local. Seria saudável que não ficasse com o estigma de se querer servir, em vez de servir a população. A bem de todos, a liberdade agradece.
PAULO ALMEIDA
Jurista – Sócio da CAPA – Sociedade de Advogados
Presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra do CDS
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