Saúde

Cientistas encontram os verdadeiros culpados pela asma

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 8 minutos atrás em 07-11-2025

Uma equipa de investigadores da Case Western Reserve University, nos Estados Unidos, identificou novas moléculas inflamatórias que podem mudar a forma como a asma e outras doenças respiratórias inflamatórias são monitorizadas e tratadas.

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O estudo, publicado na Journal of Allergy and Clinical Immunology, e citado pelo ZAP, desafia décadas de entendimento sobre a inflamação nas vias respiratórias. Até agora, acreditava-se que os leucotrienos — moléculas libertadas pelos glóbulos brancos em resposta a alergénios ou irritação — eram os principais responsáveis pelo estreitamento dos brônquios e pelas dificuldades respiratórias típicas da asma. Medicamentos como o Singulair foram desenvolvidos precisamente para bloquear a ação destes compostos.

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Contudo, a investigação liderada por Robert Salomon, professor de Química e Oftalmologia, revelou moléculas semelhantes, chamadas “pseudo-leucotrienos”, que surgem através de um processo químico totalmente distinto, envolvendo radicais livres em vez de enzimas. Segundo Salomon, estas moléculas são “os verdadeiros protagonistas da inflamação associada à asma”.

Os radicais livres oxidam as gorduras do organismo de forma descontrolada, e pessoas com asma podem apresentar défice de enzimas e antioxidantes que normalmente limitam esta oxidação. Esta descoberta abre caminho a terapias que ataquem diretamente o processo oxidativo, em vez de se limitarem a bloquear os recetores afetados pelos leucotrienos.

O estudo analisou amostras de urina de pacientes com asma ligeira e grave, comparando-as com amostras de pessoas saudáveis. Os resultados foram claros: os asmáticos apresentavam quatro a cinco vezes mais pseudo-leucotrienos, e a concentração aumentava com a gravidade da doença. Estas moléculas surgem, assim, como biomarcadores completamente novos, capazes de medir a severidade da asma e monitorizar a eficácia dos tratamentos.

A equipa pretende agora investigar o papel destes biomarcadores em outras doenças respiratórias, como o vírus sincicial respiratório (RSV), a bronquiolite infantil e a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).

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