Coimbra
Cientistas discutem em Coimbra novos dados sobre a misteriosa matéria escura do Universo
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85 investigadores envolvidos na XENON, uma experiência internacional de pesquisa avançada da matéria escura do Universo, reúnem-se em Coimbra, nos próximos dias 5, 6 e 7 de setembro.
No encontro, que se realiza pela primeira vez em Portugal, participam alguns dos mais destacados cientistas a nível mundial na área, entre os quais Manfred Lindner (diretor do Max Plank Institute, Alemanha), Elena Aprile (Univ. Columbia, EUA), Laura Baudis (Univ. Zurique, Suíça), entre outros.
Esta reunião tem lugar no ISEC/Coimbra Engineering Academy e decorre na sequência do anúncio de novos resultados da experiência (https://arxiv.org/abs/1805.12562), cujo artigo científico já foi aceite para publicação na prestigiada Physical Review Letters, que «confirmam a liderança deste consórcio na procura da matéria escura no Universo», avança José Matias, coordenador da equipa portuguesa que integra a XENON e investigador do Laboratório de Instrumentação, Engenharia Biomédica e Física da Radiação (LIBPhys) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
Na sua história mais recente, a colaboração tem, desde 2016, em operação «o instrumento mais sensível alguma vez produzido pela humanidade para a deteção deste tipo desconhecido de matéria – o XENON1T -, instalado no Laboratório Nacional de Gran Sasso (Itália), o maior laboratório subterrâneo a nível mundial, debaixo de 1.300 metros de rocha para blindar o sistema dos raios cósmicos existente à superfície», nota o investigador.
A instalação consiste num tanque de água com 10 metros de diâmetro e 10 metros de altura, onde está imerso o XENON1T, e um edifício de serviços adjacente com três andares, de apoio ao funcionamento do sistema.
Este esforço colaborativo, refere José Matias, «tem uma forte componente de engenharia, pois a maior parte da alargada panóplia de instrumentos e tecnologias utilizados é especialmente desenvolvida para este fim, criando instrumentos melhores e mais avançados do que os que existiam anteriormente, um pouco à imagem do que acontece com os programas espaciais.»
A colaboração XENON é constituída por 160 cientistas de 27 grupos de investigação dos EUA, Alemanha, Portugal, Suíça, França, Holanda, Suécia, Japão, Israel e Abu Dhabi. Portugal é parceiro desta colaboração desde o seu início, em 2005, através da equipa do LIBPhys do Departamento de Física da FCTUC (xenon.fis.uc.pt), composta por seis cientistas e um engenheiro.
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