Coimbra

Cientistas de Coimbra integram três projetos europeus

Notícias de Coimbra com Lusa | 10 meses atrás em 22-06-2023

A Universidade de Coimbra (UC) integra três estudos europeus, financiados com mais de 16 milhões de euros (ME), que querem desenvolver soluções “inovadoras” para tratar doenças cardiovasculares, de condições de saúde raras e de patologias do sistema nervoso.

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As investigações tencionam avançar com novas abordagens terapêuticas para doenças prevalentes, como as cardiovasculares, para patologias ainda sem opções terapêuticas, ou seja, doenças raras, ou com tratamentos limitados, como sucede com a lesão na espinal medula, revelou a UC, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.

A ideia passa por melhorar a investigação translacional, potenciando a replicação da ciência na prática clínica e, desse modo, melhorar a qualidade de vida de doentes, com tratamentos mais céleres e eficazes para as suas condições de saúde.

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Os três projetos, denominados “DREAMS”, “REBORN” e “Piezo4Spine”, são financiados pela Comissão Europeia, através do programa Horizonte Europa, e têm valor global de financiamento de mais de 16 milhões de euros.

As investigações estão a ser desenvolvidas pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC), através do grupo de investigação de Terapias Avançadas.

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O projeto “DREAMS”, que é coordenado pelo Center for Stem Cell Studies (CECS), em França, envolve nove parceiros e vai decorrer ao longo de cinco anos.

O trabalho tenciona trazer novas respostas para os desafios científicos, financeiros e de regulação que afetam o campo da produção de medicamentos para doenças raras, muitas delas ainda sem opções de tratamento.

“Esta investigação pretende usar tecnologia de ponta para identificar formas de enfrentar os desafios científicos, de regulação e de financiamento que impactam a descoberta de medicamentos para doenças raras, e, ao fazê-lo, descobrir de forma mais rápida e económica tratamentos medicamentosos que possam ser reutilizados em várias doenças raras”, afirmou o investigador da Faculdade de Medicina da UC (FMUC) e líder do grupo de investigação de Terapias Avançadas do CNC-UC, Lino Ferreira.

O “REBORN – Remodelling of the infarcted heart: piezoelectric multifunctional patch enabling the sequential release of therapeutic factors”, coordenado pelo Politécnico de Turim, em Itália, envolve 10 parceiros europeus.

Face à limitada capacidade regenerativa do coração quando é afetado negativamente por alterações estruturais e funcionais cardíacas, os investigadores vão procurar, ao longo de quatro anos, desenvolver um ‘patch’ cardíaco inteligente e multifuncional, formado por materiais e moléculas capazes de estimularem o tecido cardíaco, que, quando aplicado na parte clínica, possa ajudar a prevenir significativamente a insuficiência cardíaca em pacientes que sobreviveram a enfartes agudos do miocárdio, reduzindo, assim, a mortalidade e melhorando a sua qualidade de vida”, referiu Lino Ferreira.

Já o “Piezo4Spine – Piezo-driven theramesh: A revolutionary multifaceted actuator to repair the injured spinal cord”, coordenado pela agência estatal espanhola Conselho Superior de Investigações Científica, junta sete parceiros da Europa e pretende desenvolver uma nova “terapia para a lesão na espinal medula”.

Segundo esta instituição de ensino superior, até ao momento, as opções terapêuticas para pacientes com esta lesão “estão limitadas a tratamento sintomático”.

De modo a dar resposta à “necessidade de um tratamento que promova a recuperação e não apenas o aligeiramento de sintomas” resultantes da condição clínica, ao longo de quatro anos, os cientistas querem “fazer uso dos últimos avanços nas áreas da nanotecnologia, biologia molecular e engenharia de tecidos para criar uma malha 3D bio impressa (3D-theramesh), que possa ser capaz de fornecer à lesão diversos agentes de terapia génica e, assim, promover a recuperação funcional”, acrescentou o investigador da UC.

Os três projetos de investigação vão contratar 10 cientistas ao longo dos próximos cinco anos.

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