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Cientistas da Universidade de Coimbra criam laboratório para estudar energia limpa a partir das microalgas

Notícias de Coimbra com Lusa | 7 meses atrás em 20-09-2023

Uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra (UC) criou um laboratório de bioeletrónica e bioenergia para estudar a geração de energia limpa e sustentável a partir da comunicação entre microalgas, revelou hoje aquela instituição de ensino superior.

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O projeto intitulado Generating Energy from Electroactive Algae (GREEN), da equipa de investigadores Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foi um dos projetos financiados pelas bolsas Starting Grant do European Research Council (ERC), tendo recebido 2,2 milhões de euros em 2020.

“Este novo laboratório é uma base para estudos emergentes de bioeletricidade. A instrumentação presente permite medir um conjunto amplo de sinais, desde sinais lentos provenientes dos microrganismos que estamos a tentar recolher para produzir energia, até a sinais de alta frequência como é o caso de algumas células do cérebro humano”, disse, citado no comunicado, o professor associado no Departamento de Ciências da Vida (DCV) e Investigador do Centro de Ecologia Funcional (CFE), Paulo Rocha.

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De acordo com o docente da FCTUC, até ao momento, além do laboratório de investigação, a equipa já desenvolveu um conjunto de sensores que conseguem detetar comunicação entre microrganismos, nomeadamente microalgas e bactérias.

Os cientistas têm vindo a tentar perceber se estes microrganismos comunicam, porque o fazem e se conseguem encontrar um maior sinal para a eletrónica, para captá-lo e armazená-lo.

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“Começámos por estudar algumas espécies de microalgas para perceber o tipo de comunicação que tinham”.

A equipa tem um artigo recentemente publicado que demonstra a existência de comunicação entre estes microrganismos e ainda que o fazem através de canais iónicos – medidos por diversos sensores desenvolvidos pela equipa e colaboradores.

“Se conseguirmos armazenar esses sinais bioelétricos de maneira eficiente, conseguimos ter uma fonte de energia renovável. Essa é a ambição principal do projeto”.

Paulo Rocha afirmou que a origem destes sinais elétricos ainda está por desvendar, mas há já evidencias de que é uma reação ao stress e até adaptação a determinadas condições.

Portanto, pelo menos até 2025, a equipa vai continuar a trabalhar com o propósito de descobrir este fenómeno e, acima de tudo, alcançar uma nova fonte de energia renovável.

O projeto pode ser acompanhado através deste link.

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