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CHUC integra ensaio clínico internacional em doentes com covid-19
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) conta com a inclusão do primeiro doente num ensaio clínico internacional em doentes com covid-19. Trata-se de um ensaio que testa o “Baricitinib” (medicamento já aprovado pela EMA na artrite reumatóide) em doentes com formas graves de covid-19, internados em cuidados intensivos e que tem como investigador principal no CHUC, o médico do Serviço de Medicina Intensiva, Luís Linhares.
Trata-se de um ensaio clínico de fase 3, internacional, multicêntrico, duplamente-cego, randomizado e controlado por placebo, em regiões da Europa com elevadas taxas de hospitalização por Covid-19 o que permitirá a obtenção de resultados sólidos do ponto de vista científico. Em Portugal, para além do CHUC, participam mais 8 centros.
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Integra-se na plataforma EU-SolidAct (https://eu-response.eu/eu-solidact/) – European DisCoVeRy for Solidarity: An Adaptive Pandemic and Emerging Infection Platform Trial, projeto de pesquisa pan-europeu, envolvido na investigação rápida e coordenada de medicamentos novos e reaproveitados para tratar a Covid-19, promovido pelo Hospital da Universidade de Oslo, decorrendo em 15 países europeus.
O médico intensivista Luís Linhares alude à mais-valia deste estudo para os doentes, (que tem apoio de coordenação, no CHUC, da Unidade de Inovação e Desenvolvimento/Centro de Ensaios Clínicos), dando nota que “foi demonstrado que a gravidade da Covid-19 se deve, em parte, a uma resposta inflamatória desregulada. O “Baricitinib”, (medicamento em estudo, imunomodulador já usado no tratamento da artrite reumatóide), poderá reduzir potencialmente a inflamação associada à Covid-19.
Apresenta, também, atividade antiviral direta, potencialmente impedindo a entrada celular e a infeciosidade do SARS-CoV-2. Este medicamento ajudará na medida em que poderá permitir uma nova linha de tratamento nas formas graves da Covid-19, precisamente através de imunomodulação, com expectativa de redução da mortalidade”.
E Luís Linhares prossegue referindo que “até agora, nenhum estudo dirigido e tão alargado avaliou a eficácia do “Baricitinib” no tratamento de doentes covid-19 graves, incluindo aqueles sob suporte ventilatório mecânico invasivo. Se for comprovada a eficácia deste fármaco, prevê-se, quer a redução da mortalidade das formas graves de Covid-19, quer a redução do número de dias de ventilação mecânica invasiva e a consequente diminuição do tempo de internamento em unidade de cuidados intensivos e em meio hospitalar”.
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