Cidade

China Town? Down!

Notícias de Coimbra | 8 anos atrás em 29-06-2016

Ontem vi que estavam a colocar andaimes nos 3 prédios da Rua da Sofia que eram para ser demolidos por causa daquilo a que chamam Metro Mondego, imaginei que podia ser uma surpresa da autarquia para as Festas da Cidade e da Rainha Santa.

“Realizei” que talvez fosse alguma instalação para um video mapping sem animação ou até mesmo para colocarem o cartaz dos festejos que o Presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara (e Castelo Viegas) não gosta de ver na Praça da Canção onde vai decorrer a Feira Popular que não é subsidiada pela Câmara Municipal de Coimbra.

Também podia ter feito “um filme ” onde se via que as obras da Via Central, que já foi Avenida Central, para voltar a ser Via Central iam começar dentro de momentos, mas confesso que isso não me ocorreu porque sei que até isso acontecer ainda vai ser retirada muita areia do Mondego.

Infelizmente, o pior aconteceu. A CMC mandou cobrir os 3 edifícios com uma lonas. Do mal o menos. Descobri para onde foram os 2o 000 Euros de que pagaram ao Baracas (falta saber quanto custaram os andaimes).

Se quem ordenou a colocação da cobertura fizesse a mais pálida de como se podem pode fazer este tipo de intervenções com qualidade e requinte (em Lisboa há bons exemplos. Nem se percebe que não é fachada original), hoje não se via o que está à vista.

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A solução adotada pode estar perto da perfeição para algumas escolas de urbanismo, mas está muito longe ser bonita. No “antes” vemos azulejos que podiam ser da Viúva Lamego. No “depois” temos o refugo do João Chula, saudoso Rei dos Azulejos. (Perdão sua antiga alteza da Nacional 1, o que está exposto é algo mau Made in China).

Apesar de tudo, é de enaltecer o sentido informativo das telas, que nos indicam que a via vai ter 3 faixas de rodagem (ainda cabe o eléctrico da PM e a moto 4 da PSP), o que pode contribuir para o esclarecimento dos munícipes de Coimbra que não sabem se devem optar pela solução da oposição dos Cidadãos ou pela da situação Socialista.

Também lá está o logótipo da Metro Mondego, mas ontem, quando por acaso me cruzei no local com o Presidente da empresa, este disse-me que não tinha nada a ver com o que se estava a passar.

Para uma pessoa do povo, como eu, aquela coisa é mais uma casa da mariquinhas, mas onde ontem estavam tabuinhas hoje estão rectângulos mal enquadrados.

Há quem garanta que o que está impresso nas lonas é uma reprodução fiel do projecto de Gonçalo Byrne. Não quero acreditar! Espero que nosso senhor dos das casas reconstruidas nos livre de tal aberração, nem que para isso seja preciso pedir um novo milagre à senhora venerada na margem esquerda.

Até pode ser, mas, se, contrariando o que disseram a quem foi despejado em 2015/6, só o prédio do meio é que vai ser “botado abaixo” para dar lugar “a uma gaiola”, para quê tapar os outros dois?

Não me digam que vão mesmo demolir os 3! Seria uma excelente ideia. Abro alas para essa solução. Luminosa. Clara. Aberta. Natural. Seria o dia quem se faria luz na Baixa que não é Baixinha.

Amigos, camaradas, companheiros, chega de conversa, façam obra, abram a rua. As ratas estão cansadas de viver na cratera. A zona precisa de respirar. Depois logo se vê se edificamos uma monumental Red Zone ou um magnifico Cantinho da Brincadeira.

Vão ver que quando chegar esse dia as “Luzes sobre a Baixa” vão tornar as nossas “Noites (mesmo) Brancas” e o “Comércio (mais) tradicional”.

Opinião de Fernando Moura

Cidadãos e Munícipe de Coimbra