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China e Rússia criticam em conjunto Cimeira pela Democracia organizada pelos EUA

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 27-11-2021

Numa rara iniciativa conjunta, os embaixadores da China e da Rússia em Washington criticaram hoje a exclusão dos seus países da Cimeira pela Democracia que o Presidente dos EUA, Joe Biden, vai organizar em dezembro.

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Num artigo hoje divulgado pelo jornal conservador National Interest, os dois embaixadores – o russo Anatoly Antonov e o chinês Qin Gang – condenaram a iniciativa dos Estados Unidos da América (EUA), dizendo ser própria de “uma mentalidade de Guerra Fria”, desenhada por um país que “não é elegível sequer para o estatuto” de pais democrático.

“Isso vai reacender o confronto ideológico e as fraturas globais e criará novas linhas divisórias”, alertam os dois diplomatas, no artigo escrito a quatro mãos, ecoando as críticas expressas em Moscovo e Pequim, logo que foi feito o anúncio, na terça-feira, da Cimeira pela Democracia, que reunirá, em formato virtual, líderes de 110 países e territórios.

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Rejeitando a ideia de um modelo único de democracia, os dois diplomatas elogiam os seus respetivos regimes, dizendo que são baseados na realidade chinesa e nas tradições russas.

“Não há necessidade de se preocuparem com a democracia na Rússia e na China. É melhor que alguns governos estrangeiros observem o que está a acontecer nas suas casas. Podemos falar sobre liberdade quando os manifestantes são dispersos com balas de borracha e gás lacrimogéneo?”, escreveram os diplomatas, referindo-se às manifestações dos últimos meses em várias cidades dos Estados Unidos.

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Antonov e Qin também pedem ao Ocidente para que não “interfira nos assuntos internos” de outros países “sob o pretexto de promover valores democráticos” e para que defenda o “verdadeiro multilateralismo”, em redor das Nações Unidas.

Ao chegar à Casa Branca, em janeiro, Joe Biden colocou a luta contra as autocracias – representadas pela China e pela Rússia – no centro da sua política externa.

A Cimeira pela Democracia – que foi uma das promessas eleitorais de Biden – acontecerá em formato virtual nos dias 09 e 10 de dezembro, antes de uma reunião presencial, que decorrerá um ano depois.

Entre os convidados estão a Índia, Paquistão e Brasil (apesar de registos polémicos de situações relacionadas com direitos humanos), mas não fazem parte a Turquia ou a Hungria.

Os Estados Unidos também convidaram Taiwan, num gesto fortemente criticado por Pequim, que considera esse território parte integrante da China.

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