O Chega vai forçar a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre os incêndios rurais, anunciou o partido na terça-feira à noite.
“Informamos que o Chega requereu de forma potestativa a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito aos negócios dos incêndios rurais”, indicou a assessoria de imprensa do partido numa nota divulgada esta noite.
O Chega entregou na segunda-feira no parlamento uma proposta de constituição de uma comissão parlamentar de inquérito para que o parlamento avalie a prevenção e o combate aos incêndios desde 2017 até agora e investigue os “negócios e interesses económicos que alegadamente prosperam” com os fogos.
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De acordo com o texto, o Chega propõe que o parlamento faça uma avaliação de “todo o processo de gestão da prevenção e combate aos incêndios rurais” e fiscalize a utilização “dos fundos públicos destinados ao combate aos incêndios rurais, nomeadamente os contratos de aluguer de meios aéreos e a aquisição de equipamentos”.
O partido liderado por André Ventura quer também que sejam investigados “os diversos negócios e interesses económicos que alegadamente prosperam com a perpetuação dos incêndios rurais, incluindo mas não se limitando, ao comércio de madeira queimada, especulação imobiliária e indústria de equipamentos”.
O Chega propõe ainda “esclarecer de forma cabal os contornos da operação policial Torre de Controlo”, que tem a ver com suspeitas de corrupção e burla relacionadas com os concursos públicos para o combate aos incêndios rurais, e “investigar a existência de eventuais esquemas de cartelização ou corrupção no setor do combate aos incêndios rurais”.
O Grupo Parlamentar do Chega quer ainda que sejam avaliadas as “decisões estratégicas que levaram Portugal a ser o único país mediterrânico sem meios aéreos próprios para combate a incêndios, apesar de ser o país europeu com maior área percentual ardida”.
Na terça-feira, o líder do Chega, André Ventura, assegurou que iria avançar com a comissão de inquérito aos incêndios desde 2017, apesar de PSD e PS defenderem uma comissão técnica independente.
“Acho que damos um sinal ao país, dizer que não temos medo de fazer esta comissão de inquérito. Serão chamados aqueles que tiverem de ser chamados, tenham sido governantes, tenham sido dirigentes dos ministérios da Administração Interna, Proteção Civil, todos os que tenham responsabilidade”, afirmou.
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