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Chega diz que Rui Rio deu “primeiro passo” para governo de direita

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 20-12-2021

O líder do Chega, André Ventura, disse hoje que o presidente do PSD, Rui Rio, poderá ter dado o “primeiro passo” para um governo de direita com o discurso que fez no domingo no encerramento do congresso dos social-democratas.

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“Gostei de ver Rui Rio tocar em pontos que são importantes para a direita, como é o caso da subsidiodependência, da fiscalização dos apoios sociais e de percebermos que não podemos ter um país em que andam uns a trabalhar e outros a viver à conta desses”, disse, referindo-se à intervenção de Rui Rio no encerramento no 39. º Congresso do PSD, domingo, em Santa Maria da Feira, Aveiro.

André Ventura falava à margem da entrega das listas da candidatura do Chega às eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro pelo círculo da Região Autónoma da Madeira, no Tribunal do Funchal.

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“Rui Rio aproximou-se mais do discurso antissistema – aliás ele próprio usou a expressão antissistema – do que fez durante todo o seu mandato”, disse, acrescentando: “Já temos um caminho para andar. Agora, vamos ver se andamos ou se não andamos.”

E reforçou: “Rui Rio pode ter dado o primeiro passo para conseguirmos um governo de direita em Portugal.”

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André Ventura disse, no entanto, não acreditar a 100% nas “transformações” do líder social-democrata, sobretudo em período pré-eleitoral, adiantando que o seu discurso no encerramento do congresso pode destinar-se apenas a “agradar ao eleitorado”.

“É difícil acreditar em Rui Rio quando agora só faltam 30 dias para as eleições”, disse, mas considerou que o presidente do PSD “tentou fazer o que não fez ao longo do último mandato”, falando dos “problemas que importam às pessoas” e procurando “cortar a ligação umbilical” ao Partido Socialista.

E acrescentou: “Caso o Rui Rio se mantenha afiliado ao Partido Socialista e às ideias do Partido Socialista não teremos governo à direita e veremos o que acontece ao país depois do dia 30.”

O líder do Chega afirmou que só haverá um “caminho possível” para um governo de direita em Portugal se o PSD seguir uma “política consistente de transformação”.

“Governar para manter tudo igual, connosco não contam. Ou é para fazer uma rotura ou isso não é possível”, reforçou, lembrando que Rui Rio “votou 60% das vezes” ao lado do PS na Assembleia da República.

No encerramento no 39. º Congresso do PSD, Rui Rio reiterou que pretende fazer reformas, mas “sem nenhuma Revolução”, e voltou a atacar a utilização indevida dos apoios sociais, prometendo “fiscalização reforçada”.

“Não é aceitável um país com a sua classe média sufocada em impostos e em que o seu salário de referência pouco se distingue do mínimo em vigor. Assim como também não é racional manter apoios sociais a quem os usa para se furtar ao trabalho e, dessa forma, condicionar a própria expansão empresarial que, cada vez mais, se lamenta da falta de mão de obra disponível”, afirmou Rio, numa passagem muito aplaudida por uma sala cheia e muito mais entusiasmada do que na abertura.

Para o presidente do PSD, “os apoios sociais são socialmente indispensáveis, mas apenas para quem deles verdadeiramente necessita, e não para quem os recebe indevidamente”.

“Tem de haver uma fiscalização adequada para que possamos garantir, simultaneamente, justiça social e progresso económico”, afirmou.

André Ventura disse, por outro lado, que o partido pretende eleger pelo menos um deputado pela Madeira à Assembleia da República nas legislativas antecipadas de 30 de janeiro.

“Queremos eleger representantes da Madeira. Sabemos que é difícil e que tem sido um domínio permanente do PSD e do PS. Queremos quebrar esse domínio, como estamos a fazer no continente, e queremos conseguir ter um representante da Madeira no parlamento nacional”, declarou.

A Região Autónoma da Madeira elege seis deputados à Assembleia da República, onde atualmente têm assento três representantes do PSD e três do PS.

A lista do Chega é encabeçada por Marinho Gouveia, seguindo de Luís Figueira, Maria Otília de Sousa, Celestino Sebastião, Maria Juliana Silva, Júlia Figueira.

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