Política

CHEGA contra “acampamento” do Bloco de Esquerda na Avelar Brotero

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 23-08-2022

A Comissão Política Distrital de Coimbra do CHEGA está contra a realização do Fórum Socialismo, uma iniciativa do Bloco de Esquerda (BE), que decorre entre sexta-feira e domingo, na Escola Secundária de Avelar Brotero. O partido diz que o evento vai tornar o estabelecimento de ensino “num autêntico acampamento” e considera-o uma “humilhação” para a cidade. 

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O BE anunciou para esta sexta-feira, sábado e domingo o regresso do Fórum Socialismo, que marca a rentrée do partido depois das férias de verão, e este ano decorre na Escola Secundária de Avelar Brotero, em Coimbra, com entrada livre e gratuita. A iniciativa conta com “dezenas de painéis e centenas de participantes num fim-de-semana de encontro e debate de ideias”, descreve o BE.

O CHEGA emitiu um comunicado de “repúdio” à realização deste Fórum. “Não nos parece de todo aceitável que numa escola pública seja aceite pela sua Direção a realização de tal evento, tanto que, nas escolas está para se ensinar e não para se doutrinar”, lê-se no documento enviado ao Notícias de Coimbra. 

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No texto, assinado por Paulo Seco, Presidente da Distrital de Coimbra do Partido CHEGA, é dito que “vão tornar o evento num autêntico acampamento”. O comunicado cita um texto do Esquerda.net, do BE, dirigido a eventuais participantes e onde se lê: “Se não tens onde ficar, o ginásio deste estabelecimento de ensino estará disponível, mas deverás levar saco-cama e tapete/colchão de campismo”. “Onde está a dignidade? É isto que querem tornar a sociedade?”, questiona o CHEGA.

O Fórum Socialismo tem início na sexta-feira, às 21:30, com a sessão internacionalista “A Europa dos Povos”, que conta com as
intervenções do dirigente bloquista José Manuel Pureza, da eurodeputada Marisa Matias, do deputado do Sinn Féin Paul Maskey e da
eurodeputada do Podemos Idóia Villanueva. Até domingo terá em debate inúmeros temas como “a resposta à crise climática, à Guerra da Ucrânia e às novas desordens mundiais, passando pelas lutas do movimento LGBTI+”, entre outros. Ressalvando que o evento decorre “num espaço tutelado pelo Estado Português”, o que não considera “aceitável”, o CHEGA põe também em causa os próprios conteúdos em discussão. “Crise climática quando os países de Esquerda são os mais poluidores; Guerra da Ucrânia, quando o PCP é pró-PUTIN; Lutas do movimento LGBTI+; Legalização da canábis para uso pessoal, debaterem numa escola?”, questiona. 

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“É a maior humilhação a que a cidade de Coimbra se viu acometida… apenas nos apetece dizer VERGONHA”, conclui Paulo Seco. 

O Notícias de Coimbra contactou a Direção da Escola Secundária de Avelar Brotero que esclareceu que a cedência do espaço, fora do período letivo, “é um procedimento habitual”.  “Neste caso trata-se de um partido político, mas para nós é indiferente, como gestores do espaço, no âmbito do protocolo celebrado com a Câmara de Coimbra, cedemos a instituições, grupos, tunas, associações e outros que nos solicitam. A escola é aberta à comunidade”, disse a fonte.

A direção confirma que foi cobrado um valor ao BE para a cedência do espaço mas não adianta números, esclarecendo que o preço é avaliado caso a caso. Quanto às refeições, que também foram questionadas pelo CHEGA, a fonte esclarece que foi o próprio partido que tratou de tudo. Em relação à crítica de um “acampamento” na escola, a direção afirma: “são estas as condições que temos, se nos pedissem camas, quartos individuais ou suites, diríamos logo que não tínhamos condições. As condições que temos foram de acordo com o que nos solicitaram”. 

O Fórum Socialismo encerra no domingo, dia 28, às 16:00, com a participação da coordenadora do Bloco Catarina Martins, além de Angela Mendes e Miguel Cardina.

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