Educação

Cerca de 80 universidades e politécnicos aceitam acolher alunos refugiados

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 10-03-2022

Cerca de 80 instituições de ensino superior portuguesas estão disponíveis para receber estudantes refugiados da Ucrânia, em cursos como Serviço Social, Enfermagem ou Ciências da Saúde, estando previsto alojamento, acesso a cantinas e bares e ação social.

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Começaram esta semana a chegar os primeiros refugiados da guerra da Ucrânia, que eclodiu há duas semanas, e ainda não se sabe quantos serão os alunos do ensino superior que vão escolher Portugal como destino, mas o trabalho no terreno já começou e está a ser coordenado pela Agência Erasmus+.

“Cerca de 80 Instituições de Ensino Superior (IES) responderam positivamente quanto à possibilidade de acolher estudantes ucranianos”, disse à Lusa a presidente do Agência Erasmus+, que está a coordenar as ações para facilitar e estimular o acolhimento de estudantes ucranianos pelas IES nacionais.

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Segundo Ana Cristina Perdigão, houve uma “inequívoca manifestação de solidariedade das instituições de ensino superior para com a comunidade académica, ou seja, estudantes, docentes, investigadores e pessoal administrativo, mas também com a população em geral”.

Neste momento, “ainda não foi ainda perguntado especificamente pelo número de vagas e ciclo de estudos, porém, muitas já manifestaram a sua oferta que se centra em cursos de 1º e 2º ciclo, em diferentes áreas, como sejam Serviço Social, Enfermagem ou Ciências da Saúde”, acrescentou.

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Segundo a responsável, o número de vagas varia consoante a disponibilidade de cada instituição, “entre dois e 20, ou mesmo 50 estudantes”.

Os alunos acolhidos ao abrigo do regime especial para situações de emergência poderão usufruir da ação social direta e indireta, que inclui “apoio ao pagamento de propinas, alojamento em residências universitárias, acesso a cantinas e bares a preços reduzidos e apoio para subsistência”.

Neste momento, várias IES disseram ter vagas para estes alunos nas suas residências e há também entidades que estão a trabalhar em colaboração com os municípios para que os alunos possam ter onde ficar.

Questionada sobre como irão conseguir os alunos acompanhar as aulas, Ana Cristina Perdigão explicou que as instituições oferecem a possibilidade de frequência de aulas em português, inglês ou mesmo em regime de tutoria individual.

Existe também “um número significativo de instituições” que dispõe de Centros de Línguas ou Cursos de Língua Portuguesa já organizados, onde se podem integrar os estudantes ucranianos que venham a receber.

Os refugiados que cheguem a Portugal poderão ainda contar com o apoio dos estudantes Erasmus de nacionalidade russa e ucraniana que estão no país a estudar. Atualmente, há 21 estudantes com origem na Ucrânia e 14 russos em Portugal no âmbito dos programas de mobilidade estudantes Erasmus+, segundo dados avançados por Ana Perdigão.

A Erasmus + coordena o grupo de trabalho criado pelo Governo que conta com a participação da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), assim como com a Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado (APESP) e a colaboração da Plataforma Global para os Estudantes Sírios.

Hoje, o presidente do CRUP afirmou que as instituições portuguesas estão disponíveis para receber estudantes, mas também docentes e investigadores ucranianos que se encontram em Portugal ou venham a solicitar estatuto de refugiado.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos.

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