Um homem recorreu à USF Alpha, em Válega, concelho de Ovar, em outubro de 2023, com sintomas preocupantes de AVC, incluindo acentuada assimetria facial e cefaleia intensa à esquerda, mas teve atendimento negado e foi orientado a dirigir-se por meios próprios ao hospital mais próximo.
Segundo denúncia do utente à Entidade Reguladora da Saúde (ERS), solicitou para ser atendido pela médica de família, mas a secretária informou que não poderia ser visto “por indicação da médica” e recomendou que fosse à urgência do Hospital de Santa Maria da Feira, a 17 quilómetros, onde acabou por ser diagnosticada Paralisia de Bell.
Na resposta à ERS, a ULS Região de Aveiro, responsável pela USF Alpha na altura, assumiu integralmente a falha da equipa, reconhecendo que não foram respeitadas as melhores práticas em situações potencialmente urgentes. A unidade não registou o pedido de atendimento, não admitiu o doente nem acionou os meios de socorro adequados, como o INEM, pode ler-se no Correio da Manhã.
PUBLICIDADE
A ERS instruiu a ULS Entre Douro e Vouga, que atualmente integra a USF Alpha, a garantir que os centros de saúde acionem imediatamente os meios de socorro competentes sempre que o quadro clínico do utente justifique, mesmo em casos de incerteza sobre a gravidade da situação clínica.
O caso levanta preocupações sobre a resposta de unidades de saúde primária a situações potencialmente graves, reforçando a necessidade de protocolos claros para garantir atendimento imediato.
PUBLICIDADE