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CDS-PP: Vice-presidente Filipe Lobo d’Ávila e dois vogais pedem demissão

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 28-01-2021

O vice-presidente do CDS-PP Filipe Lobo d’Ávila e os vogais da comissão executiva Raul Almeida e Isabel Menéres Campos, do grupo Juntos pelo Futuro, pediram a demissão dos respetivos cargos, confirmaram à Lusa os próprios.

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“Solicito, desde já e com efeitos imediatos, a minha demissão de vice-presidente do CDS. Não farei parte do problema e procuro apenas a liberdade pessoal que a solidariedade institucional de pertencer a uma direção não me permite ter”, escreve Filipe Lobo d’Ávila numa carta enviada ao líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, e à qual a agência Lusa teve acesso.

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Filipe Lobo d’Ávila parte da situação que o partido atravessa para salientar que “não é possível assobiar para o lado”, advogando que “o CDS não sobreviverá” se não for possível encontrar uma “solução transversal e pacificadora” que “volte a dar relevância” ao partido.

“Muito sinceramente, conforme te transmiti pessoalmente, não acredito que seja possível inverter este caminho, sem que nada se faça”, lê-se no documento.

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Considerando que “o CDS tem hoje um problema de afirmação externa que importa enfrentar” e que é preciso “ler para além da bolha das redes sociais e dos grupos de apoio do ‘Whatsapp'”, Lobo d’Ávila adverte que “a mensagem não passa”, as pessoas “não ouvem”, “o CDS não é considerado, os indicadores são trágicos, a projeção externa ou não existe ou não é boa”.

“Infelizmente, e por muito que me custe dizê-lo, o CDS de hoje não risca. Ao fim de um ano procurei ajudar no que estava ao meu alcance, para tentar recuperar o CDS dos trágicos resultados eleitorais (legislativas e europeias) dos últimos anos. Não consegui mais. Não consigo mais. Não estou preso a lugares, presentes ou futuros. Aprendi a estar no CDS em liberdade, seguindo líderes e não presidentes”, acrescenta.

Na missiva, datada de hoje, o vice-presidente assegura que não será candidato à liderança do partido este ano nem se está a reservar “para outros calendários”.

Contactado pela agência Lusa, Raul Almeida afirmou que decidiu sair “no domingo” e comunicou a sua decisão na reunião da comissão executiva do CDS que decorreu na quarta-feira à noite.

O porta-voz do grupo Juntos pelo Futuro adiantou que ainda terá “mais uma conversa com o presidente do partido antes de formalizar a demissão”, mas garante que “a decisão está tomada”.

Raul Almeida justificou que “o partido manifestamente não está num ciclo positivo, está a atravessar uma crise profunda”, mas recusou atribuir as culpas ao líder ou à direção, considerando que “é uma conjugação de fatores”.

Apesar de indicar que a sua demissão “não tem nada a ver” com o artigo publicado por Adolfo Mesquita Nunes, no qual é proposta a realização de um congresso antecipado, defendeu que um congresso “poderia ajudar o partido a ter uma nova oportunidade” mas recusou que “a substituição da atual direção por uma direção da oposição interna resolva o problema”.

O porta-voz indicou que também a vogal da comissão executiva Isabel Menéres Campos apresentou a demissão e que o grupo Juntos pelo Futuro irá reunir-se hoje à noite.

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