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Catedrático de Coimbra defende que arte criada por computadores pode co-existir com trabalho dos artistas

Notícias de Coimbra | 7 meses atrás em 14-10-2023

O fundador da área de Inteligência Artificial na Universidade de Coimbra, Ernesto Costa, defendeu hoje que a arte criada por humanos pode co-existir com a arte criada pela inteligência artificial, mas ilustradores e humoristas discordam da ideia.

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“A arte humana pode coexistir com a arte criada por computador”, defendeu hoje no Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos o fundador pela área de Inteligência Artificial na Universidade de Coimbra, sustentando que as pessoas terão que aceitar que “uma máquina pode produzir arte, que é propriedade pública, porque não é feita por ninguém”.

O professor catedrático defendeu a ideia numa conversa com os criativos Filipe Homem Fonseca, Nuno Saraiva e Bruno Santos, intitulada “O risco da arte na era do algoritmo: vamos ficar obsoletos?”.

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Se do lado do informático essa co-existência pode ser pacífica, do lado dos criativos a ideia gerou controvérsia, com os três a defender que a arte tem que ter intervenção humana.

O risco de o computador poder fazer o trabalho que fazem hoje foi umas das preocupações expressas pela maioria dos oradores, lembrando que “o computador faz em três minutos” aquilo em que cada um deles perde “horas no processo criativo”.

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Mas, houve também quem, como Bruno Santos, tivesse assumido, com ironia, querer “ficar obsoleto”.

“O computador que faça os trabalhos que não gosto de fazer e que faço só para ganhar dinheiro e assim posso só fazer o que gosto”, disse, vincando não estar preocupado com a inteligência artificial.

Nas mesas do Folio, a conversa versou também hoje sobre “Utopia”, numa mesa que juntou os escritores Hervé Le Tellier (França) e Júlia Navarro (Espanha).

A jornalista e escritora espanhola falou ao público do Folio sobre o seu livro “Uma história partilhada” e o que a levou a escrever a obra em que “não quis contar a história de mulheres sem falar sobre os seus homens”, algo que “é também uma utopia, porque a história, até agora, tem sido uma história de homens”.

Recusando a classificação dos seus livros como novelas históricas, a escritora afirmou que o que lhe interessa “são os claros e escuros das pessoas”, considerando que “o último mistério que existe neste planeta somos nós próprios”.

Ao público do Folio deixou hoje mais um mistério, recusando falar sobre as suas próximas obras.

“Nunca falo de um livro antes de o acabar, porque não sei se o vou publicar, se quando o terminar estarei satisfeita e se o entrego ao editor”, justificou.

O Folio decorre em Óbidos até ao dia 22, com um total de 603 autores e criadores, em cerca de 108 conversas e tertúlias, 40 apresentações e lançamentos de livros, 40 espetáculos e concertos, 21 exposições, 18 sessões de leitura e poesia e 14 mesas de autores.

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