Catarina Martins diz em Coimbra que financiamento das artes não chega e que é preciso outro modelo

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 06-04-2018

A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou hoje que o reforço orçamental para apoio às artes já anunciado não chega e que os atuais concursos humilharam estruturas culturais, considerando que é preciso criar outros.

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catarina martins

“Vamos encontrar o financiamento necessário, que afinal é uma gota de água no que é o Orçamento do Estado, e vamos sobretudo encontrar um modelo de concurso ou um modelo de financiamento que respeite quem trabalha nas artes e que não trate os artistas como alguém que tem de estar de mão estendida para que o seu salário seja pago”, defendeu Catarina Martins, que falava aos jornalistas durante a manifestação, em Coimbra, contra a política cultural do Governo.Para a coordenadora do Bloco, o atual modelo é “insuportável”.

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Catarina Martins sublinhou que o Governo “tem dito que o modelo foi muito debatido com o setor”, mas “não foi corrigido, tendo em conta as críticas do setor”.

“Portanto, não é preciso inventar nada de novo, mas olhar para o que os criadores disseram e, com esse trabalho, ter um modelo que respeite as pessoas”, defendeu.

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Segundo a dirigente bloquista, “correu tudo mal, exceto a união, a solidariedade e a contestação feita pelo setor”.

Catarina Martins considerou que o Governo “compreendeu que tinha de alterar alguma coisa face à contestação”, mas mesmo depois do terceiro anúncio de reforço para o apoio às artes, “o montante ainda não chega”.

A coordenadora do Bloco de Esquerda apontou para o caso de Coimbra, onde esteve reunida com quatro agentes culturais inicialmente afetados pelo problema (Teatrão, Escola da Noite, Centro de Artes Visuais e Orquestra Clássica do Centro), em que, mesmo após os anúncios de reforço, a Orquestra Clássica do Centro continua sem apoio.

“São 35 pessoas que lá trabalham”, vincou, chamando também a atenção para casos de companhias que vão receber apoio, mas que sofrem uma redução de financiamento, como é o caso do ACERT (Associação Cultural e Recreativa de Tondela), que teve “um corte de quase 50%”.

“Tantas vezes na política se gosta de usar os artistas como flor na lapela ou para dar pancadinhas nas costas ou quando há prémios internacionais que orgulham todo o país. Pois é preciso na política pública cultural, todos os dias, respeitar os artistas”, sublinhou.

catarina martins coimbra

Os concursos do Programa Sustentado da DGArtes, para os anos de 2018-2021, partiram com um montante global de 64,5 milhões de euros, em outubro, subiram aos 72,5 milhões, no início desta semana, perante a contestação no setor, e o secretário de Estado da Cultura, já tinha admitido, na terça-feira, em conferência de imprensa, a possibilidade de essa verba vir a ser reforçada, numa articulação entre o Ministério da Cultura e o gabinete do primeiro-ministro, algo que acabou por acontecer na quinta-feira.

Para 2018, o Programa de Apoio Sustentado tinha previsto inicialmente um montante de 15 milhões de euros, que agora ascende a 19,2 milhões com os dois reforços dos últimos dias.

Na quinta-feira, o Governo anunciou que mais 43 entidades podem receber apoio, no Programa de Apoio Sustentado 2018-2021 da DGArtes, entre as quais três de Coimbra – Teatrão, Escola da Noite e Centro de Artes Visuais.

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