A candidata presidencial Catarina Martins afirmou hoje que, ao contrário de alguns dos seus adversários, não faz parte do “círculo de portas giratórias” entre interesses económicos e políticos.
“É verdade que eu não faço parte do círculo de poder político que tem uma enorme proximidade com o poder económico, nós vemos isso noutros candidatos, não é o meu caso”, garantiu a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda (BE), depois de questionada sobre a lista de 22 clientes divulgada pelo seu adversário Luís Marques Mendes.
Durante uma visita à Feira da Senhora da Hora, em Matosinhos, no distrito do Porto, a bloquista disse que é mau que em Portugal existam interesses económicos tão próximos de protagonistas políticos.
“Nós sabemos como tem havido uma enorme proximidade de alguns grandes interesses económicos nacionais, mas também angolanos e de outros países, com alguns candidatos e candidaturas, Luís Marques Mendes não é o único, eu espero que haja transparência em todos”, frisou.
Dizendo estar “bastante à vontade” nessa matéria, Catarina Martins insistiu que nunca fez parte “desse círculo de portas giratórias entre os interesses económicos e a política”.
Em sua opinião, as declarações de rendimentos têm de permitir que as pessoas percebam se há dependências de interesses económicos e interesses económicos que possam ter interesses em decisões políticas por parte dos candidatos.
Catarina Martins referiu que, ao longo da sua vida, tem sido sempre transparente não sendo, por esse motivo, uma dificuldade divulgar o que quer que seja.
“Como sabem, eu há muitos anos que registo os meus rendimentos e registo qualquer interesse até da minha família para ser tudo transparente, sempre o fiz, não muda nada”, assinalou.
Além da questão dos rendimentos dos candidatos à Presidência da República, a ex-líder do BE apontou, ainda, a importância de haver transparência sobre quem financia as campanhas eleitorais.
“Eu lembro que há candidatos que, aparentemente, parecem não ter grandes fontes de financiamento, mas depois quando vamos ver o financiamento dos seus partidos ou das suas candidaturas é tudo bastante diferente”, apontou.
Na sexta-feira, Luís Marques Mendes, apoiado pelo PSD/CDS-PP, divulgou uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentário e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
À Lusa, o diretor de campanha, Duarte Marques, desafiou os restantes candidato, “a bem da transparência”, a divulgarem “tudo o que se possa suscitar conflitos de interesses”.
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