A Câmara da Castanheira de Pera decretou um dia de luto municipal, no sábado, pela morte aos 88 anos do sindicalista Kalidás Barreto, primeiro presidente da Assembleia Municipal do concelho.
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Ao decretar o luto municipal, “com a inerente colocação a meia haste da bandeira do município no edifício dos Paços do Concelho”, a presidente da Câmara, a social-democrata Alda Carvalho, manifesta no seu despacho “profundo pesar” pelo desaparecimento de Luís Maria Kalidás da Costa Barreto.
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“Homem de causas e lutas sociais, desempenhou inúmeras e multifacetadas tarefas, sendo também autor de diversas obras de relevo, entre as quais a monografia do concelho, livro indispensável para conhecer e preservar para memória futura a história e os usos e costumes desta terra e das suas gentes”, refere.
Alda Carvalho realça que, além da comenda de grande-oficial da Ordem da Liberdade, concedida em 2004 pelo Presidente da República Jorge Sampaio, Kalidás foi distinguido em 2016 com a medalha de honra do concelho da Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, onde se radicou na juventude.
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Deputado constituinte do PS signatário da Constituição da República de 1976, integrou ainda a Comissão Administrativa da Câmara Municipal da Castanheira de Pera, após a revolução do 25 de Abril de 1974.
“Em sua memória e como reconhecimento pelas funções desempenhadas e pelo seu contributo para o desenvolvimento económico, cultural, social e desportivo, bem como para a projeção do bom nome do concelho”, a autarca Alda Carvalho, em seu nome e da autarquia, apresentou “sentidas condolências à família” do sindicalista.
O antifascista Kalidás Barreto, que em 1970 esteve na fundação da CGTP, morreu hoje na Castanheira de Pera, na sua residência, após doença prolongada que o afastou da vida pública nos últimos anos.
Filho do intelectual republicano de origem goesa Adeodato Barreto, nasceu em Montemor-o-Novo, em 16 de outubro de 1932.
Participou em iniciativas de oposição à ditadura de António Salazar e Marcelo Caetano, designadamente como membro da comissão de apoio à candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958, e como organizador da Oposição Democrática na Castanheira de Pera, nas eleições de 1969.
Promotor cultural na Castanheira de Pera, defensor do intermunicipalismo, foi homenageado em 2019 no sítio comunitário do Santo António da Neve, no âmbito do 23º Encontro dos Povos da Serra da Lousã, do qual foi um dos fundadores, em 1997, por proposta do jornal Trevim, da Lousã, onde colaborou longos anos.
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