Nas Festas do Concelho de Góis, está um casal com um stand que mostra o seu trabalho – transformar a madeira em verdadeiras obras de arte.
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Bruno Silvestre e Ana Ferreira, naturais de Serpins, mostram que a paixão e o talento andam de mãos dadas na criação de peças únicas que unem tradição e criatividade.
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“O Bruno foi quem começou esta paixão por trabalhar a madeira. Eu sempre gostei de desenhar, por isso faço essa parte, e ele faz o corte e o acabamento, que é o mais difícil,” conta Ana. “Dividimos o trabalho: eu começo o desenho e ele termina, e às vezes ele diz que vai estragar, mas na verdade melhora tudo e o resultado é diferente e especial.”
“Trabalhamos principalmente com madeira de pinho e paletes, mas para os trabalhos mais detalhados usamos contraplacado, que é mais resistente. Nem todas as madeiras servem para este tipo de trabalhos e já perdi algumas peças porque não escolhi bem a madeira — essa é minha responsabilidade”, explica Bruno.
Ana revela um pouco do processo: “Para os trabalhos mais complexos usamos uma máquina que ajuda no corte preciso, especialmente para peças repetitivas. Mas os trabalhos personalizados são feitos à mão, com muita atenção aos detalhes, usando ferramentas como a rebarbadeira.”
O casal orgulha-se da ligação à sua terra: “Criámos o símbolo ‘Janela aberta para o mundo’, que representa Serpins, com apoio da Junta de Freguesia. Produzimos miniaturas e objetos para promover a nossa aldeia e dar-lhe visibilidade.”
Sobre a sustentabilidade do projeto, Bruno e Ana admitem: “Não vivemos disto, é um hobby que nos dá prazer e um escape à rotina diária,” diz Bruno, que está reformado por razões de saúde. “Comecei a trabalhar a madeira para ocupar a mente e sentir-me útil,” acrescenta. Ana, que trabalhou num lar, acompanha-o nesta aventura.
O casal recebe encomendas que os motivam a continuar: “Fazemos caixas de correio, placas de boas-vindas e outros trabalhos para aldeias de Xisto. Cada encomenda é um desafio e a satisfação das pessoas é o que nos impulsiona.”
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