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Casa onde António vive desde que nasceu (há 72 anos) desaba na Lousã às portas do Natal
Parte do telhado e uma parede de uma habitação ruíram na madrugada desta terça-feira, 23 de dezembro, por volta das 6:00, na Rua Flor da Rosa, na vila da Lousã.
Os destroços ficaram espalhados pela via, obrigando à intervenção das autoridades e dos serviços municipais.
Segundo foi possível apurar no local, a área da habitação que ruiu não era habitável, seria um anexo utilizado para arrumos. No interior não se encontrava ninguém no momento do colapso, não havendo feridos nem pessoas desalojadas a registar. O proprietário da casa, residente no local há mais de 70 anos, encontra-se bem e não sofreu qualquer ferimento.
A circulação rodoviária esteve temporariamente cortada, mas entretanto já foi reaberta ao trânsito, após a remoção dos destroços.
De acordo com informações recolhidas no local, a situação era considerada expectável, uma vez que a estrutura se encontrava bastante degradada. A forte chuva e o vento intenso que se têm feito sentir nos últimos dias terão contribuído para o colapso parcial da habitação.
Apesar do susto e do momento difícil, sobretudo numa altura próxima do Natal, não há registo de danos pessoais, ficando os prejuízos circunscritos à estrutura da habitação.
António Oliveira, proprietário e residente na habitação, contou ao Notícias de Coimbra que só se apercebeu do que tinha acontecido já de manhã. “Senti o barulho, mas não fui ver o que é que se passava. Só de manhã, quando fui tratar dos cães, é que reparei que estava tudo no chão”, relatou.
Segundo explicou, a parte da casa que ruiu correspondia a uma estrutura antiga e degradada, pertencente à cunhada. “Era uma casa antiga, já estava com várias rachadelas”, afirmou.
Embora a zona habitável da casa não tenha sido diretamente atingida, António Oliveira mostra-se preocupado com possíveis danos futuros. “Agora o beirado ruiu e começa-me a entrar água para a parede da casa onde eu vivo. Vai começar a estragar aquilo tudo e pode-me deitar a casa abaixo também”, alertou, sublinhando que as paredes são de barro e estuque.
O septuagenário vive naquela habitação há 72 anos. “Nasci e fui criado aqui. Tomei conta dos meus pais aqui”, contou. Recorda ainda que a casa foi construída pelo pai, após regressar da América, num período marcado pela guerra. “Tínhamos aqui duas casas bem arranjadinhas”, acrescenta.
Apesar da derrocada, o morador garante que vai continuar na habitação. “Não tenho mais nada para onde ir”, disse, embora alerte para a necessidade urgente de obras. “Para já não sofreu, mas pode vir a sofrer. Estamos em pleno inverno e eu preciso que arranjem o beirado e aquela parede”, concluiu.
O barulho provocado pela derrocada foi intenso e fez soar alarmes. Técnicos da Câmara Municipal da Lousã estiveram no local a proceder à limpeza da via, enquanto elementos da Guarda Nacional Republicana tomaram conta da ocorrência.
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