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Cartoon despede vereador de Coimbra!

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 28-02-2021

O socialista Jorge Alves, que renunciou sexta feira ao mandato de vereador da Câmara de Coimbra, disse hoje ao Notícias de Coimbra que as “razões da saída são meramente pessoais” e “de saúde”. Confrontado com a existência de contratos públicos da empresa do filho com os Serviços Municipalizados de Transportes de Coimbra (SMTUC), que dirigia até sexta feira, o ex-verador afirma que “não comenta cartoons” e revela que vai regressar às suas funções profissionais no Ministério da Justiça.

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Em causa está um cartoon divulgado pelo Movimento de Humor, da autoria de Gomes,  onde se lê: “Então senhor Alves  é verdade que o GPS do Move-me e os hotspots dos autocarros já não funcionam?  Já pedi ao meu filho e ao meu sobrinho para arranjarem…mas os rapazes andam ocupados com os contratos.”

A questão levantada referir-se-á tem aos contratos no valor de cerca de 200 mil euros celebrados entre os SMTUC e a empresa STRA S.A., que tem como um dos fundadores um sobrinho e o  filho mais velho de Jorge Alves.

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Questionado pelo Notícias de Coimbra se tem conhecimento destes contratos públicos e da existência de um ventual conflito de interesses, o ex-vereador limitou-se a repetir: “Não comento achincalhamento feito por sites de cartoons.”

Jorge Alves disse ainda ao NDC que foi alvo de “ataques pessoais e políticos, que apenas pretendem enxovalhar” e reitera que “não merecem comentário e serão tratados nos locais corretos”, mas afirma que a principal razão é de saúde e revela que está “de baixa há alguns dias” acrescentando que na “sessão de câmara já não estava muito bem”

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Rui Maranhas Alves da Luz Sales, administrador da empresa STRA S.A, é  um dos filhos de Jorge Maranha Alves.

A empresa foi fundada em 2012 (com o nome de Média Corp Lda) por Rui Maranhas Alves da Luz Sales e Ricardo Nuno Conde Margalho (sobrinho de Jorge Alves), com o capital social de 2 euros. Dividem a admistração da STRA, agora com o capital de 63.786,02 Euro, com Krishna Visvanathan.  

NDC apurou que a  STRA S.A. celebrou 4 contratos com os SMTUC, o primeiro remonta ao ano de 2016, numa altura em que Rosa Reis Marques liderava o Conselho de Administração, que tinha como vogais Jorge Alves e Francisco Queirós.

Esse primeiro contrato de “Fornecimento e instalação de um sistema para gestão da manutenção de veículos através de telemática” tem o valor de 44 000,00 euros +IVA.

Em 2017, 2018 e 2019, a STRA e os SMTUC celebraram  mais 3 contratos com o valor total de 171 505,00 euros + IVA.  

Jorge Alves assumiu a presidência dos SMTUC  em dezembro de  2017 ( tendo Regina Bento e Francisco Queirós como vogais).

No objecto dos contratos podemos ler que se destinavam ao “Fornecimento e instalação de equipamentos para manutenção preditiva de veículos em tempo real, Ajuste Direto Ref. AD/1542/2018 – Prestação de serviços para manutenção preditiva de veículos em tempo real, Fornecimento e instalação de equipamentos para manutenção preditiva de véiculos em tempo real, utilizando dados reais dos componentes mecânicos”

Mas o que é que faz a STRA, pergunta o leitor. Boa questão! Falar em Stra será o mesmo que falar em  Stratio. 

“Recorrendo a tecnologia espacial, introduzindo o conceito de previsibilidade, a Stratio desenvolveu um produto que permitiu aos SMTUC reduzir em 12% os custos de manutenção, menos 350 horas no tempo de imobilização forçada das viaturas, um decréscimo de 8% nos custos de combustível e uma diminuição de 93 toneladas de emissões de gases poluentes. Tudo isto foi possível porque os problemas dos veículos passaram a ser detetados antes de ocorrerem”. 

A Stratio apressenta-se como a solução líder mundial em manutenção preditiva.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, adiantou que a decisão do vereador Jorge Alves se deve a “razões do foro pessoal do próprio” e escusou-se a adiantar pormenores,

Notícias de Coimbra sabe que Manuel Machado confrontou o então vereador com o teor do cartoon e que Jorge Alves se recusou a falar no tema, o que terá obrigado o líder da autarquia retirar-lhe os pelouros e a solicitar a demissão do número 4 do eexecutivo municipal.

Segundo a nota da autarquia, as competências que estavam delegadas ao vereador demissionário “foram avocadas pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra”, designadamente Polícia Municipal, Bombeiros, Conselho Municipal de Segurança e Proteção Civil, Educação, Ação Social, Proteção de Crianças e Jovens e Julgados de Paz.

“Considerando a importância estratégica na estrutura autárquica municipal dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que é gerido sob forma empresarial, e cuja missão é a de prestar serviço público de transporte de passageiros adequado às necessidades das populações, a nomeação do presidente do Conselho de Administração será realizada oportunamente”, refere o município.

O presidente da autarquia “reitera a confiança nos vereadores Regina Bento e Francisco Queirós que, também como vogais do Conselho de Administração dos SMTUC, têm desempenhado as suas funções com competência, probidade e idoneidade na prossecução do interesse público”, lê-se no comunicado.

Notícias de Coimbra aguarda que os SMTUC indiquem qual o papel desempenhado nestes contratos pela antiga e pelos atuais administradores Rosa Reis Marques, Jorge Alves. Francisco Queirós e Regina Bento.

Notícias de Coimbra aguarda uma reação da empresa STRA. 

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