Coimbra

Carta aberta pede “o renascimento” do Hospital dos Covões

Rui Avelar | 4 anos atrás em 26-05-2020

 

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“O renascimento” do Hospital Geral (Covões, Coimbra) acaba de ser pedido, em carta aberta dirigida à ministra da Saúde, pelo antigo autarca socialista João Silva, soube NOTÍCIAS de COIMBRA.

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O ex-vereador inscreve o pedido num “acto de gratidão” a António Arnaut, falecido há dois anos, criador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) quando era ministro dos Assuntos Sociais.

Neste contexto, João Silva, que foi vereador da Câmara conimbricense e membro da Assembleia Municipal, sugere que à unidade hospitalar situada em S. Martinho do Bispo seja atribuído o nome de António Arnaut.

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O autor da carta aberta dirigida a Marta Temido alude à “inevitabilidade de, rapidamente, ter início um processo de reflexão sobre o desempenho dos serviços do sistema de saúde”, no rescaldo da pandemia da covid-19.

“Sempre no contexto de alguma indefinição e secretismo, foram acontecendo coisas que levaram ao aparecimento de vários estabelecimentos hospitalares privados e à criação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, em 2011, fundindo o conjunto de estabelecimentos hospitalares do SNS” (os antigos HUC, a que estava agregada a Maternidade de Daniel de Matos, e o outrora Centro Hospitalar, de que faziam parte o HG, o Pediátrico e a Maternidade de Bissaya Barreto).

Ao aludir a uma “estratégia nunca devidamente explicitada”, o ex-autarca do PS considera ter ocorrido “o desmantelamento” do Hospital dos Covões, “feito de uma maneira soft” (discreta) “para evitar contestação popular e política”.

Neste contexto, João Silva lembra haver “um conjunto de relevantes cidadãos / eleitores, de todas as áreas políticas, que sempre olharam com reservas a existência daquele hospital na margem esquerda [do rio Mondego]”.

A pandemia, prossegue a carta aberta dirigida a Marta Temido, trouxe “algumas verdades incontestáveis: uma, que a nossa salvação esteve e continua a estar no SNS (serviço público); outra, a existência de um número de camas hospitalares inferior à

média europeia”.

Acresce, de acordo com o antigo autarca, que Hospital dos Covões (HG) se mostrou um

equipamento hospitalar da maior importância no combate à pandemia.

“Covões fortes” não ameaçam o hospital universitário (HUC), opina João Silva, em cujo ponto de vista o polo hospitalar de Celas tem “perdido prestigio e influência por estar encravado num campus indigno e desprestigiante, que assusta os doentes/utentes pela sua dimensão mastodôntica e pela confusão e anarquia das suas acessibilidades”.

Para mais, prossegue o autor da carta aberta enviada à ministra da Saúde, há quem proponha a implantação ali de uma maternidade (por baixo do heliporto, adjacente ao Serviço de Urgência).

“Apostar nos HUC para privilegiar o ensino e a investigação será um grande desígnio, fundamental para a nossa Universidade, para a cidade, para a região e para o país, sem prejuízo da articulação que, durante décadas, aconteceu entre os dois hospitais [centrais]”, conclui João Silva.

 

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